A
televisão do «camarada» Balsemão, a exemplo do que acontece na concorrência,
vale-se de tudo para aumentar as audiências. Nem que para isso utilize a
inocência de um jovem para o mal tratar de uma forma inaceitável, em termos
éticos e morais.
Bem sabemos que a juventude não tem sentido crítico, é
facilmente manipulável e vai atrás do sonho prometido de uma forma abusiva e
sem escrúpulos. Esta nossa juventude é fruto de um ensino que domestica, que
formata e não permite que tenham ideias, opiniões e muito menos que se envolvam
nas questões sociais.
QUEREM UMA JUVENTUDE AMORFA, AÍ A TÊM!
È A JUVENTUDE DO "NI"!
Não
me venham com a conversa da treta que só entra nos esquemas perniciosos quem
quer.
NÃO É VERDADE!
A
juventude que os acéfalos que mandam na Educação (seja lá isso o que eles
querem que seja), foram parindo, vai atrás de qualquer quimera. Não sabem, nem sonham o mal que isso lhes pode causar. Os promotores de tais reality shows sabem bem
o que fazer para aumentarem as audiências. Mas quanto a isso a Alta Autoridade
para a Comunicação Social é surda, cega e muda…
Altos
interesses, como os que dominam os «reguladores« do quer que seja.
Talvez
o episódio do jovem maltratado possa contribuir para que a própria opinião
pública se torne mais exigente e não tão acriticamente consumidora de produtos,
boa parte dos chamados reality shows por exemplo, que alimentam
audiências, justamente, através de indecorosos produtos em que, genericamente,
as pessoas são tratadas de forma absolutamente inaceitável e atentatória da sua
dignidade. É claro que as lágrimas de crocodilo da SIC são irrelevantes.
Não
vale a pena acreditar que as estações televisivas se preocupam com valores,
ética, etc. As estações vendem os produtos que os consumidores querem consumir.
É o mercado.
A
questão é connosco, não é com eles. Eles só nos vendem o que quisermos ver.
É
preciso dizer que lixo é para reciclar, não é para passar na televisão.
Não
passou uma semana depois de vertidas as lágrimas de crocodilo da SIC e, lá apareceu
um daqueles documentários para encher chouriços. O assunto desta vez era a Dona
Branca – a banqueira do povo! Um documentário que é uma colagem de episódios,
mal narrados, imprecisos e “cuscos”. Só faltou entrevistar o gato, o canário e
o cágado da Dona Branca. Rigor jornalístico, NENHUM!
A
páginas tantas aparece o comentador «económico» da estação de Carnide, o Zé
Gomes Ferreira!
Zé
Ferreira veio explicar o princípio de funcionamento da agiotagem, com recurso a
quadro e tudo!
Ou
seja, o princípio que a agiotagem utiliza é exactamente o mesmo do utilizado
pela Dona Branca! Só que a senhora não conseguiu aguentar o sistema dado que
iria, mais tarde ou mais cedo, rebentar com os interesses da agiotagem. Logo, borda-fora!
Por
fim veio a frase que define o comentador. A confirmação do frete pago. Então
não é que o Zé Ferreira disse esta coisa espantosa: «portugueses, cuidado não devem
confiar em entidades bancárias que não são supervisionadas pelo Banco de
Portugal porque se podem dar mal, perder dinheiro e isso».
Juro
que ouvi, claramente, a frase do comentador económico.
Se
por um acaso, algum dos vigarizados pelo papel comercial do BES o ouviu, de
certeza partiu a televisão.
Eu
teria feito o mesmo!
Como
é possível ser-se tão hipócrita?
Sabe
o Zé Ferreira para que serve um regulador?
Para
garantir a segurança dos depósitos e dos depositantes e a protecção dos
clientes bancários!
Santa
ignorância, querem enganar quem?
Sabe
o Zé Ferreira que numa carta-circular enviada às instituições de crédito, o
regulador esclarece que a descida das taxas Euribor para valores negativos deve
reflectir-se integralmente nas prestações dos clientes.
Mas,
na mesma carta-circular o regulador SUGERE, que no futuro, os bancos tomem
precauções para evitar os efeitos negativos desta evolução.
Ou
seja, o regulador, pago pelo dinheiro de TODOS nós vem propor a uma das partes,
por um acaso, mas só por um acaso, a mais forte e poderosa a tomada de medidas
para salvaguardarem a sua (deles) posição. A isto chama-se parcialidade na
actuação do regulador. Tudo quanto se passou no BES que penalizou milhares de
portugueses foi devido a uma supervisão deficiente.
Como
também o foi quando, alertado para a cobrança indevida de comissões exageradas,
associadas a contas à ordem, se limitou a «recomendar sem carácter vinculativo,
dando poder (ainda mais) aos bancos para continuarem a exigir o que quisessem».
Mas,
disto não falam os «comentadores»!
Caladinhos,
os bancos têm-nos nas carteiras!
Ao
regulador cabe zelar pelo bom funcionamento do sector e NÃO DEFENDER OS
INTERESSES DE UMA DAS PARTES.
Para
um organismo que deveria ser símbolo de autoridade e de rigor, o Banco de
Portugal não mete medo a ninguém.
Muito
menos às entidades que diz supervisionar.
Mais
grave ainda, não dá garantias a quem tem o dever de proteger: o consumidor.
QUEM
NOS DEFENDE?
NINGUÉM!