Aos 17 anos, ainda era virgem; aos 23, foi desflorado coercivamente por uma cozinheira lúbrica e corpulenta.
Aos 25, formou-se em Direito com 18 valores. No caminho perdera 3 anos, por ataque persistente duma longa e maçuda hepatite que o depauperou mas calejou para o futuro.
Aos 28 era furioso orador, palestrando sempre que podia e onde pudesse, intervalando as longas noites de oratória com o árduo trabalho no escritório de estagiário a junior partner. Ainda arranjava tempo para fazer fama jornalística, com seus comentários e intrigas venosas, semanalmente publicadas no DEPRESSA, semanário da moda de então.
Também conspirava no seu partido de sempre, onde intrigava como uma sopeira sabida e exibia seus dotes temíveis de alcoviteiro militante, difusor de boatos e insinuações decorosas.
Foi então - teria 30 anos – que o alcunharam de Marcelo O BICHO DE CONTA.
Marcelo era também docente universitário, de doutorado fácil CUM LAUDE, admirado pelos alunos e odiado pelos colegas que lhe invejavam saber e habilidade e odiavam a sua imbativel e verrinosa verve.
O nosso homem ganhou fama, proveito e proveitos, navegando entre pareceres doutos, destabilizações mediático/políticas e sanitários banhos na praia do Gancho.
Com o tempo, Marcelo foi crescendo em conspirativismo, sabedoria e ironia satânica.
Chegou a líder político mas deu-se mal nas parcerias, perdendo-se em conspirações contra si próprio, prática masturbatória em que encontrou inesperados rivais.
Agora, mais velho e comedido, dedicou-se em quase exclusivo à Universidade e ao palpite televisivo semanal.
Há quem diga que vai voltar à política, como líder na São Caetano, em caminho para São Bento ou Belém.
Em verdade, o BICHO DE CONTA é tipo sempre a ter em conta: está aí para o que der e vier.
Sempre, sempre ao lado do povo que venera, estima e cultiva, esperançado que lhe paguem a dedicação com fragoroso sucesso que o leve à Presidência.
Qual?
(Com a devida vénia foi copiada daqui.)