Comemora-se hoje o 110.º aniversário do nascimento, no Rio de Janeiro, de Vinicius de Moraes: poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositor.
Vinicius de Moraes compôs e cantou com António Carlos Jobim, Toquinho, João Gilberto, Chico Buarque.
Quem pode esquecer obras musicais como "Garota de Ipanema"?
A música composta em parceria com Antônio Carlos Jobim tornou-se um hino da Bossa Nova.
Também são de sua autoria clássicos como Aquarela, A Casa, Canto de Ossanha e Chega de saudade.
Lançou em 1933 o seu primeiro livro (O caminho para a distância). Curiosamente esse também foi o ano que terminou o curso de Direito.
Podia ter lembrado tantos e tantos poemas de Vinicius "Soneto de fidelidade", "Soneto do amor total", "Soneto de contrição", "Ternura" (absolutamente brilhante!) e tantos outros.
Mas no momento actual lembro-me deste - A Rosa de Hiroshima.
Saravá, Vinicius!
A rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida.
A rosa com cirrose
A antirrosa atómica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.