Todos os que estudaram em Coimbra, ou por
lá viveram, conhecem de cor e salteado as anedotas que se contavam dos
catedráticos da Faculdade de Direito.
São milhares de anedotas que colocam a
ridículo uma faculdade que, com honrosas excepções, era o paradigma do ensino
elitista baseado na filosofia alemã.
Os avós tinham sido professores na
faculdade, os filhos regiam as mesmas cadeiras e … os netos continuavam a
DINASTIA!
Conta-se que um dos catedráticos, cujo
nome pouco importa, um dia decidiu dar estampa às aulas da cadeira que regia.
Vai daí a sebenta saiu, foi colocada à
venda mas em número reduzido. Diziam as más línguas da época, que tinha sido
uma imposição do catedrático para que a «sua» teoria não se vulgarizasse entre
os estudantes.
O catedrático foi envelhecendo e a
«bendita» sebenta nunca mais viu nova estampa, acompanhando a idade do
professor. A sebenta «passava» de aluno para aluno e já existia uma com várias
anotações. Anotações que tinham mais a ver com o método expositivo e repetitivo
do professor do que propriamente com casos práticos da cadeira.
A mais célebre de todas as anotações, e
que toda a academia comentava na década de 70, era a famosa gargalhada.
A anotação registada por um aluno dizia só
isto: « e aqui o professor dá uma gargalhada»!
Todo o tempo que o ilustre catedrático se
arrastou pelos corredores da Faculdade de Direito de Coimbra, o episódio
repetia-se e, o professor «dava» sempre a gargalhada da praxe, no momento certo da anotação … até ao dia que lhe deu o fanico!
Eu a pensar que, hodiernamente, nada disto
fazia sentido numa faculdade.
Agora leio que um debate é proibido na Faculdade de
Direito, por ser ideológico.
Mas o que é isto?
Ideológico?
Agora, há uns pensantes que deliberam se
um debate é ou não ideológico?
Faltou a autorização prévia da Alta
Autoridade da CENSURA?
Só pode!
Alguém PAROU no tempo ou acordou devido a
alguma assombração ou encarnação do tipo de Santa Comba do Dão!
Só pode…
O que nada me espantaria!