O que a ganância e a acefalia
dos governantes pode fazer para que se destrua, por completo, uma
cidade.
PARA PENSAR
CRITICAMENTE!!!
VILLA EPECUÉN, Argentina
– Um sapato perdido, um crânio de ovelha, árvores petrificadas e uma escada de
cimento que não leva a lugar algum.
Villa Epecuén é uma
cidade-fantasma.
Nos anos 70, a cidade com
piscinas termais a 580 km de Buenos Aires atraía 25 000 turistas por temporada.
Tinha hotéis, campismo, restaurantes, clube e até um autódromo na beira de um
lago salgado.
Em 1985, as águas da
lagoa arrasaram a represa e engoliram o povoado, que passou 25 anos submerso.
Em 1993, o nível de água
chegou a 10 m de altura.
Mas agora as águas
baixaram e revelaram ruínas cobertas de sal.
Epecuén tem uma espécie
de paisagem lunar em plena pampa húmida argentina.
“Vi Epecuén nascer e
morrer”, diz Pablo Novak, de 83 anos, o único habitante do lugar. “Durante
quatro anos, conseguimos conter a subida do lago com um muro. Mas, na manhã de
10 de Novembro de 1985, o muro rebentou.”
Os 1 500 moradores
tiveram 20 dias para levar o que foi possível para a cidade de Carhué, a 8 km
dali.
Desde épocas remotas, que
os povos indígenas usavam as propriedades medicinais do lago Epecuén para curar
reumatismo e doenças de pele.
Em 1886, o químico
italiano Roberto Boussa constatou que aquelas águas tinham uma concentração de
340 g de sais por litro – até dez vezes mais salgada que a do oceano.
Não tardou que
empresários sem escrúpulos vissem no lago uma «forma» de exploração dos
recursos naturais e de capitalizarem os proveitos. O povoado transformou-se
pela negativa.
Nos anos 60, Epecuén
contava com cerca de 250 estabelecimentos comerciais e 6 000 camas.
Os anos dourados do «spa»
chegariam ao fim devido a uma conjunção de factores naturais e decisões
políticas equivocadas.
Epecuén é a última e,
portanto, a mais baixa das seis Lagoas Encadeadas do Oeste da Província de
Buenos Aires, um sistema lacustre sem saída para o mar.
Toda a água dos lagos
desemboca em Epecuén.
Essa geografia peculiar
sempre fez com que a região alternasse períodos de estiagem e de enchente.
Os anos 60 trouxeram a
seca. Com a intensa evaporação, a concentração de sal do lago aumentou. As
autoridades viram que era preciso trazer água para o lago não secar, o que
significaria o fim do turismo.
Em 1975, o governo
provincial construiu o canal Ameghino, que desviou águas da bacia do Rio
Vallimanca para as lagoas encadeadas.
No entanto, a construção
do canal coincidiu com o fim do período de seca.
Vieram as chuvas e o
nível do lago Epecuén começou a subir muito, e o canal nunca foi
fechado, o que agravou o problema.
Em 1977, as autoridades
construíram um muro de contenção ao redor do lago para proteger o povoado.
Quanto mais o lago subia, mais aumentavam o muro, que chegou a ter 4 m de
altura.
Havia claros sinais de
que a Epecuén poderia ficar inundada, mas muita gente não quis acreditar.
Em 10 de novembro de
1985, após uma chuva torrencial, a muralha não suportou a pressão da água e
desmoronou. A água cobriu a cidade em 20 dias.
Hoje, os moradores da
região querem reconstruir Epecuén. Mas todos sabem que o lago pode subir de
novo.
Villa Epecuén morreu para
sempre.
Este é o tipo de
desenvolvimento e «empreendedorismo» que nos querem fazer acreditar como
salvação da Humanidade.
HIPOCRISISA!!
A Natureza é imprevisível
e implacável na destruição, e ainda há uns poucos gananciosos que proporcionam
tais cataclismos.
UM DIA TUDO DESAPARECERÁ!