segunda-feira, junho 16, 2014

EPECUÉN - cidade fantasma

O que a ganância e a acefalia dos governantes pode fazer para que se destrua, por completo, uma cidade.
PARA PENSAR CRITICAMENTE!!!
VILLA EPECUÉN, Argentina – Um sapato perdido, um crânio de ovelha, árvores petrificadas e uma escada de cimento que não leva a lugar algum.
Villa Epecuén é uma cidade-fantasma.
Nos anos 70, a cidade com piscinas termais a 580 km de Buenos Aires atraía 25 000 turistas por temporada. Tinha hotéis, campismo, restaurantes, clube e até um autódromo na beira de um lago salgado.
Em 1985, as águas da lagoa arrasaram a represa e engoliram o povoado, que passou 25 anos submerso.
Em 1993, o nível de água chegou a 10 m de altura.
Mas agora as águas baixaram e revelaram ruínas cobertas de sal.
Epecuén tem uma espécie de paisagem lunar em plena pampa húmida argentina.
“Vi Epecuén nascer e morrer”, diz Pablo Novak, de 83 anos, o único habitante do lugar. “Durante quatro anos, conseguimos conter a subida do lago com um muro. Mas, na manhã de 10 de Novembro de 1985, o muro rebentou.”
Os 1 500 moradores tiveram 20 dias para levar o que foi possível para a cidade de Carhué, a 8 km dali.
Desde épocas remotas, que os povos indígenas usavam as propriedades medicinais do lago Epecuén para curar reumatismo e doenças de pele.
Em 1886, o químico italiano Roberto Boussa constatou que aquelas águas tinham uma concentração de 340 g de sais por litro – até dez vezes mais salgada que a do oceano.
Não tardou que empresários sem escrúpulos vissem no lago uma «forma» de exploração dos recursos naturais e de capitalizarem os proveitos. O povoado transformou-se pela negativa.
Nos anos 60, Epecuén contava com cerca de 250 estabelecimentos comerciais e 6 000 camas.
Os anos dourados do «spa» chegariam ao fim devido a uma conjunção de factores naturais e decisões políticas equivocadas.
Epecuén é a última e, portanto, a mais baixa das seis Lagoas Encadeadas do Oeste da Província de Buenos Aires, um sistema lacustre sem saída para o mar.
Toda a água dos lagos desemboca em Epecuén.
Essa geografia peculiar sempre fez com que a região alternasse períodos de estiagem e de enchente.
Os anos 60 trouxeram a seca. Com a intensa evaporação, a concentração de sal do lago aumentou. As autoridades viram que era preciso trazer água para o lago não secar, o que significaria o fim do turismo.
Em 1975, o governo provincial construiu o canal Ameghino, que desviou águas da bacia do Rio Vallimanca para as lagoas encadeadas.
No entanto, a construção do canal coincidiu com o fim do período de seca.
Vieram as chuvas e o nível do lago Epecuén começou a subir muito,  e o canal nunca foi fechado, o que agravou o problema.
Em 1977, as autoridades construíram um muro de contenção ao redor do lago para proteger o povoado. Quanto mais o lago subia, mais aumentavam o muro, que chegou a ter 4 m de altura.
Havia claros sinais de que a Epecuén poderia ficar inundada, mas muita gente não quis acreditar.
Em 10 de novembro de 1985, após uma chuva torrencial, a muralha não suportou a pressão da água e desmoronou. A água cobriu a cidade em 20 dias.
Hoje, os moradores da região querem reconstruir Epecuén. Mas todos sabem que o lago pode subir de novo.
Villa Epecuén morreu para sempre.
Este é o tipo de desenvolvimento e «empreendedorismo» que nos querem fazer acreditar como salvação da Humanidade.
HIPOCRISISA!!
A Natureza é imprevisível e implacável na destruição, e ainda há uns poucos gananciosos que proporcionam tais cataclismos.

UM DIA TUDO DESAPARECERÁ!