Nas sociedades de consumo, vulgo sociedades capitalistas, nem as crianças sabem brincar, nem construir os seus próprios brinquedos.
Tudo se compra, tudo se deita para o lixo à velocidade estonteante da máquina de sonhos!!
Hoje, com o advento dos jogos de computador, com as consolas e com as «chinesices» de brinquedos virtuais, perdeu-se o hábito de se fabricarem os próprios brinquedos.
Quem não se lembra do «comboio» feito de latas de sardinha, presas por um cordel; das bolas feitas de meias velhas; dos carrinhos de rolamentos ou do aro que se conduzia com a destreza de uma arame?
Eram «nossos», feitos por cada um!
Eu brinquei com eles e fizeram as minhas delícias naquelas férias «grandes», de quatro meses.
Hoje quando olhei para esta foto vieram-me à memória recordações de infância.
Não é nostalgia.
É apenas um sentimento de prazer. Prazer pelo que se fazia e, principalmente, pelo engenho e arte que nos obrigava a «pensar» o nosso mundo a partir do quase nada.
Não havia computadores nem jogos de tiros e guerra.
Guerra havia a outra, bem mais real, que nos ameaçava num futuro breve.
Enquanto essa guerra não chegava havia tempo para construir o nosso faz-de-conta, com brinquedos e o prazer de os partilhar, nas aventuras, com os nossos amigos.