A Guarda tem as suas belezas ..... naturais, por isso o epíteto «light» de Formosa!!!
Mas, de igual modo, surgem aqui e ali novas obras de rara, diríamos mesmo, de raríssima beleza que fazem inveja a um qualquer arquitecto de renome mundial.
São «obras» que ficarão na história da arte mundial, rivalizando com o famoso rococó que, como se sabe ficou conhecido como "estilo regência", que reflectia o comportamento da elite francesa de Paris e Versailles, empenhada em traduzir o fausto e a agradabilidade da vida.
Ora, é precisamente o mesmo fausto que a «art nouveaux de La Guarda», como já é conhecida, faz escola em terras da Ribeirinha.
Sim, porque Ribeirinha é o café que «construiu» a esplanada aqui apresentada.
Obra de invulgar beleza, com uma alegria na decoração carregada, na teatralidade, na refinada artificialidade dos detalhes.
Atente-se, por exemplo, na grade circundante da arena. Faz lembrar coreto de jardim, do passeio público, do século XVIII.
E que dizer do pormenor da «boca de incêndio»? Lembra marco de estrada.
Mas, não só de alegria se pode falar quando se observa tal obra; existe, igualmente, uma forte alegoria sublimada no enquadramento paisagístico.
A «esplanada» está localizada na eira da Praça Velha, mesmo em frente da Sé, tem por perto o seu guardião «natural» - D. Sancho. Claro, só podia mesmo a amante Ribeirinha ter por perto o seu real senhor.
Pormenor importante a reter!!!
Aliás, o «vizinho» clérigo também a irá, certamente, usar como púlpito das celebrações eclesiásticas.
Deste modo, o enquadramento seria, ainda mais vincadamente, alegórico.
O aluguer do espaço para as festividades religiosas e com direito a uma bebida na Ribeirinha.
O profano e o religioso em concordata perfeita.
Formosa, mas não segura, a Ribeirinha.