sábado, agosto 19, 2006

Flashes da minha terra I

O CP inicia hoje, em estreia mundial, a apresentação de alguns dos mais típicos flashes que a cidade da Guarda brinda os seus habitantes e também, por que não dizê-lo, os seus visitantes.
São obras e estados de sítio que tornam esta cidade ímpar no panorama idílico, barroco e bacoco das cidades deste nosso eterno País.
A Guarda inspira-os!
Inspira tanto que as inovações cénicas e magistriais confundem o real com o ridículo.
É a viagem trágico burlesca que aqui trazemos.
Uma viagem pelos mais estranhos mundos da ficção e da comédia.
Onde os personagens construtores destas obras não passam de simples figurantes de um filme sem projeccção e, onde as névoas da obscuridade fazem reluzir pedras onde apenas há calhaus rolados.

Flash I

A Casinha

É uma obra de raro valor artístico.
Arquitectada na mais arrojada das formas e estilos é uma casa portuguesa - concerteza!
A sua forma em parallelepípedon vanguardista no estilo e forma faz dela uma das sete maravilhas a visitar na Guarda.
Altaneira na grandiosidade e na forma como se destaca na paisagem.
Conjuga o estilo sóbrio e austero da frontaria com o gótico dos vitrais e janelas.
As persianas, estilo rurum naif são de uma singelesa maid-self au portugal.
A porta em madeira exótica contraplacadum ao verdadeiro estilo De Stijl.
O frontispício possuí como adorno uma caixa que faz realçar as formas geométricas da construção.
Verdadeiro e raro exemplar da Art Déco.
O estilo pode ser visto como uma tentativa de modernizar o espaço e a área envolvente, dando-lhe um ar de verdadeiro modernismo vanguardista.
A utilização do poste num dos cantos da «casinha» revela, por parte do arquitecto, a necessidade de fixar para a posteridade o exemplar rarum.
É uma forma de afirmação latente e cadente da grandiosidade do edifício.
A «casinha» está igualmente morada por um resguardo lateral que reforça o seu enquadramento paisagístico.
Por outro lado, denota-se que o referido resguardo evita que a «casinha» sofra qualquer desvio ou oscilação meteórica.
Dizem que a «casinha» serve para alivio dos mais necessitados em termos fisiológicos.
Ou seja um mictório!

O que eu gosto desta «casinha»!
Eu e todos os guardenses estamos orgulhosamente contentes.
Contentes por termos na nossa terra um exemplar destes.
Como reconhecimento por esta excelente ideia da câmara aqui fica o nosso reconhecimento em forma de poesia.
Sim, porque para tamanha obra, só a poesia a engrandeceria:

É uma casa tão linda
Que ternura quando a vejo
Lembra-me o Senhor Joaquim
O Mestre do cortejo.

Eis a história da casinha
Feita pelo Senhor Joaquim
Alivia a nossa tripinha
É ridícula mesmo assim.

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