O Procurador Geral da República foi o bombo da festa para início de conversa. Ambos de acordo!
Seguro, rematou para canto ao dizer que,"temos uma justiça fragilizada".
Oh Seguro não é preciso pertencer à elite para dizer tamanha evidência. É só estar atento!
Mas para amenizar e mostrar concordância com o estado da justiça, a solução que propõe, é em tudo igual à do Marques Mendes. Se for eleito, vai convidar a excelência a tomar um chá e comer uns bolinhos, no palácio, em Belém!
Chamam-lhe reunião de trabalho. No final uma "bisca lambida"!
A partir daqui Catarina Martins parte no barco a remos à pesca do peixe dos descontentes no PS. Acusa Seguro de "não se apresentar e não querer ser um candidato de esquerda". A estória das gavetas.
E a rede de malha bem fina foi lançada. Acusa Seguro de ter "alinhado com a direita" no passado, nomeadamente com Passos Coelho. Seguro rejeita quaisquer acordos: "abstive-me no primeiro orçamento porque o país vivia numa situação difícil (...) optei pelo interesse nacional e voltaria a fazê-lo".
Seguro está encostado às cordas. Numa lógica de negação do que é a vida, refugia-se nas conversas e na moderação de um presidente. Se a vida fosse só conversa. Seguro a vida é uma luta diária, não é um passeio pelos jardins de um palácio, as receções, os discursos para enganar o povo, as viagens e tanta outra treta para aparecer nos pasquins, abrir telejornais. Seguro estiveste do lado oposto da barricada. Cortes de salários, pensões ao que dizes em prol do país. Que país Seguro? O das elites e dos privilegiados?
Entendido.
A solução não podia passar por ideias de um "Syriza à portuguesa". Basta-nos o célebre "cozido".
Já o debate ia adiantado, ou atrasado, e a moderadora pôs um ponto de ordem à mesa. Não se fala mais de passado!
Portugal é um país envelhecido, sem jovens, como vai o futuro Presidente da República suster o desequilíbrio demográfico?
As respostas foram as habituais. Os dois concordam e defendem as tecnologias e mais tecnologias e aumento de salários. "Todas as gerações a viverem melhor"! Como? Se a precariedade aumenta. Se os jovens são explorados a níveis da pré-revolução industrial? Sem direitos e com múltiplos deveres, desde logo o mais elementar o direito a dizer NÃO! As redomas de marfim escondem todo o tipo de miséria. Seguro defende a fusão de pequenas e médias empresas. Se não se conseguiu acabar com o minifúndio, vai-se conseguir a fusão de empresas, sejam elas pequenas ou médias? Uma proposta de quem está desesperadamente encostado às cordas. Todos querem ser empresários, os benefícios são mais que muitos, aprende! Claro que não é para todos, só para os que têm os amigos certos nos lugares certos.
Mistura-se tudo. Produção solar com grandes empreendimentos que podem destruir ecossistemas e colocam a energia na mão de grandes empresas. Já vem de longe com as eólicas e continua com os painéis solares. Solução para acabar com os combustíveis fósseis?
Mais uma vez a NATO e sem grandes novidades. Apenas a de que a Constituição, que alguém irá fingir jurar cumprir e fazer cumprir, dizer taxativamente que é contra os blocos.
Em resumo, só o passado separa Catarina Martins de José Seguro. Bastava ter havido um Jorge Sampaio como candidato e tudo tinha acabado para os dois. As lembranças e recordações de Mário Soares mais ajudaram a pescar no mar do PS.
O Seguro, político do «não me comprometa», «das gavetas», do «assim, assim», titubeante, calculista, mas demasiado inseguro, nem com o apelo final conseguirá atingir os objetivos a que se propõe.
