quarta-feira, março 08, 2023

Lares: um comércio de salafrários

 O que se estranha é que em 2022 houve uma inspecção denominada de «visita conjunta de acompanhamento» realizada por «entidades das áreas da segurança social e saúde», que resultou em várias recomendações, indicou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social Mendes Godinho.
Mas tudo ficou na mesma.
Só uma reportagem da SIC fez acordar de novo as «entidades» a actuarem.
Ou seja, se não houvesse reportagem o caso passaria despercebido, como tantos outros por esse país fora.
Denúncias mais que muitas mas actuações NENHUMAS ou apenas «visitas de cortesia».
Lembrar que cada idoso pagava 1 500 euros mensais para estar naquele despejo de lixo, chamado de lar.
Segundo o que se sabe os maus tratos têm a ver com o uso das mesmas luvas para o manuseamento de vários utentes, a existência de feridas por tratar, alimentação pobre e feita com restos de dias anteriores, falta de água quente para banhos aos utentes, limitações nas visitas (necessidade de marcação prévia consoante a disponibilidade do lar).
Ora face a este rol de maus tratos como pode uma ministra Mendes Godinho dizer na comissão parlamentar de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, que a situação agora detectada naquele lar do distrito de Lisboa “não tem nada a ver com a situação verificada na visita realizada no ano passado”.
Senhora Godinho tenha tino na língua. Se quer chamar de acéfalos aos ditos representantes do país, problema seu e dos visados.
Mas não se acredita que os tais maus tratos só se verificaram de há um ano a esta parte. São de há muito.
Farto de mentiras e hipocrisias.
Lembrar à senhora Godinho que o proprietário do lar da Lourinhã é também proprietário de um lar no Montijo, também alvo de inúmeras queixas sem quaisquer resolução.
Tudo lares privados, com o supremo patrocínio da Segurança Social, e com licenças passadas.
NOJO.