A
um ano de eleições autárquicas, aí temos o país a comemorar em grande o Natal.
De quatro em quatro anos é sempre o mesmo foguetório. Anunciava há dias um
jornal diário que a maioria das capitais de distrito aumentou em 88% a despesa
em iluminação. É obra! Mas não são apenas as luzes que fazem disparar os
orçamentos natalícios.
Há igualmente que contar com os eventos. Cá pelo burgo não ficamos atrás desta febre de despesismo. Iluminações, carroceis, arruadas de camelos, batucadas, enfim, eventos de toda a ordem, mas de nível cultural de duvidosa qualidade. Tudo para encher os olhos e ouvidos dos guardenses com a ideia dos inúmeros visitantes que podem chegar. Podem!
Era interessante sabermos quanta da despesa feita tem efetivamente retorno e, já agora, quem lucra com toda esta festança. Acontece que a dificuldade em obter quaisquer dados por parte do executivo camarário é a regra, o que só abona em prol das suspeitas habituais de opacidade dos atos e da existência de clientelismos e de compadrio em todos estes processos.
Fiquemo-nos pelos dados que, mesmo sendo apenas referentes a ajustes diretos, vão sendo publicados na página oficial das contas da nação. Só na aquisição de serviços para o evento que antecipa de forma algo brejeira o fim do ano, vão gastar-se 67 500 euros! Somem-se a isto os gastos com publicidade, que incluem a contratação, pelo executivo camarário, de um prestador de serviços para a área da rádio e televisão. Nada mais, nada menos que 8 mil euros, mais uma vez por ajuste direto!
Mas há mais. A aquisição de serviços para um espetáculo de uma banda no TMG vai custar aos guardenses a módica quantia de 10 500 euros. O ajuste direto é feito a uma empresa sediada em Lisboa.
Depois lá virá de novo o «Anjo»! Para a realização do evento, sim, porque agora fala-se sempre de eventos, lá vem mais um ajuste direto no valor de 6 250 euros. Desta vez a beneficiária é uma empresa de Braga.
O facto de as empresas contratadas para os eventos serem sistematicamente de fora da Guarda, tornou-se, a par da inexistência de concursos públicos, na imagem de marca de Álvaro Amaro. Isso diz muito sobre o homem e o seu respeito pela gestão da coisa pública.
Até das coisas mais insignificantes Álvaro Amaro consegue fazer um evento. Uma vulgar meia-maratona, dessas que se organizam às dezenas por vilas e lugarejos de Portugal, vai custar ao erário público a módica quantia de quase 75 000 euros. Mais uma vez por ajuste direto. A responsável pela organização vai ser uma empresa de eventos e animação e turismo. Isso mesmo! Não é uma entidade desportiva. É uma empresa de eventos e animação! Está-se mesmo a ver o que vai ser a meia. Nem a peúga chegará, e a luva muito menos. E sempre por ajuste direto e menos de 75 000 euros…
E para que os guardenses não fiquem só a olhar para a grandiosidade do evento, lá estarão as luzinhas a enfeitar os arbustos, que isto de árvores é coisa que já vai rareando. Serão só mais 20 000 euros para lâmpadas e lamparinas! E mais 74 800 euros para serviços de comunicação, divulgação e promoção do Natal. Quanto ao aluguer das estruturas, a despesa vai custar a todos nós quase outros 75 000 euros, a somar a outro tantos para a aquisição de serviços para a conceção, organização e produção do Natal.
Se estiveram atentos, aperceberam-se de que todos estes gastos nunca ultrapassam o fatídico limite dos 75 000 euros, o tal que obrigaria a concursos públicos e ao escrutínio do Tribunal de Contas. Tratando-se de Álvaro Amaro, pessoa séria como ninguém, só pode ser coincidência, não é?
É caso para se dizer que é uma pena que os guardenses sejam tão acomodados e pouco ambiciosos. Por eles, Álvaro Amaro fazia tudo, e sem ter que prestar contas a Lisboa. Se lho pedíssemos, mandava vir mais umas tantas empresas de fora e até construía pontes, túneis, aeroportos e estações espaciais, aqui na Guarda. Ao intenso ritmo de um pilar de cada vez, claro. E sempre por menos de 75 mil euros cada um!
Um muito bom dia a todos.
Há igualmente que contar com os eventos. Cá pelo burgo não ficamos atrás desta febre de despesismo. Iluminações, carroceis, arruadas de camelos, batucadas, enfim, eventos de toda a ordem, mas de nível cultural de duvidosa qualidade. Tudo para encher os olhos e ouvidos dos guardenses com a ideia dos inúmeros visitantes que podem chegar. Podem!
Era interessante sabermos quanta da despesa feita tem efetivamente retorno e, já agora, quem lucra com toda esta festança. Acontece que a dificuldade em obter quaisquer dados por parte do executivo camarário é a regra, o que só abona em prol das suspeitas habituais de opacidade dos atos e da existência de clientelismos e de compadrio em todos estes processos.
Fiquemo-nos pelos dados que, mesmo sendo apenas referentes a ajustes diretos, vão sendo publicados na página oficial das contas da nação. Só na aquisição de serviços para o evento que antecipa de forma algo brejeira o fim do ano, vão gastar-se 67 500 euros! Somem-se a isto os gastos com publicidade, que incluem a contratação, pelo executivo camarário, de um prestador de serviços para a área da rádio e televisão. Nada mais, nada menos que 8 mil euros, mais uma vez por ajuste direto!
Mas há mais. A aquisição de serviços para um espetáculo de uma banda no TMG vai custar aos guardenses a módica quantia de 10 500 euros. O ajuste direto é feito a uma empresa sediada em Lisboa.
Depois lá virá de novo o «Anjo»! Para a realização do evento, sim, porque agora fala-se sempre de eventos, lá vem mais um ajuste direto no valor de 6 250 euros. Desta vez a beneficiária é uma empresa de Braga.
O facto de as empresas contratadas para os eventos serem sistematicamente de fora da Guarda, tornou-se, a par da inexistência de concursos públicos, na imagem de marca de Álvaro Amaro. Isso diz muito sobre o homem e o seu respeito pela gestão da coisa pública.
Até das coisas mais insignificantes Álvaro Amaro consegue fazer um evento. Uma vulgar meia-maratona, dessas que se organizam às dezenas por vilas e lugarejos de Portugal, vai custar ao erário público a módica quantia de quase 75 000 euros. Mais uma vez por ajuste direto. A responsável pela organização vai ser uma empresa de eventos e animação e turismo. Isso mesmo! Não é uma entidade desportiva. É uma empresa de eventos e animação! Está-se mesmo a ver o que vai ser a meia. Nem a peúga chegará, e a luva muito menos. E sempre por ajuste direto e menos de 75 000 euros…
E para que os guardenses não fiquem só a olhar para a grandiosidade do evento, lá estarão as luzinhas a enfeitar os arbustos, que isto de árvores é coisa que já vai rareando. Serão só mais 20 000 euros para lâmpadas e lamparinas! E mais 74 800 euros para serviços de comunicação, divulgação e promoção do Natal. Quanto ao aluguer das estruturas, a despesa vai custar a todos nós quase outros 75 000 euros, a somar a outro tantos para a aquisição de serviços para a conceção, organização e produção do Natal.
Se estiveram atentos, aperceberam-se de que todos estes gastos nunca ultrapassam o fatídico limite dos 75 000 euros, o tal que obrigaria a concursos públicos e ao escrutínio do Tribunal de Contas. Tratando-se de Álvaro Amaro, pessoa séria como ninguém, só pode ser coincidência, não é?
É caso para se dizer que é uma pena que os guardenses sejam tão acomodados e pouco ambiciosos. Por eles, Álvaro Amaro fazia tudo, e sem ter que prestar contas a Lisboa. Se lho pedíssemos, mandava vir mais umas tantas empresas de fora e até construía pontes, túneis, aeroportos e estações espaciais, aqui na Guarda. Ao intenso ritmo de um pilar de cada vez, claro. E sempre por menos de 75 mil euros cada um!
Um muito bom dia a todos.
(Crónica
na Rádio F - 5 de Dezembro de 2016)