Carlos
Fiolhais - Professor Universitário
Antes de votarem É FAVOR LER!
«Para
além da queda do PSD-CDS em favor do PS, há uma outra mensagem importante que
estão a transmitir: a abstenção não vai diminuir e o número de votos brancos e
nulos vai aumentar. A campanha em vez de convidar à participação está a afastar
os eleitores. Feita de arruadas e comícios, flashes e soundbytes, mentiras e
mais mentiras, a campanha pouco está a contribuir para o esclarecimento dos
cidadãos. Os partidos não conseguem sair das bolhas onde há muito se
encapsularam.
A
seguir às eleições tem de se pensar na reforma do sistema político, o que passa
pela revisão da lei eleitoral, permitindo a escolha directa de pessoas. Com o
nosso anacrónico sistema eleitoral, dominado pelas máquinas partidárias, muita
gente não se sente representada. No dia 4 de Outubro irei votar para evitar o
pior. Estou com Karl Popper quando ele diz que o mais importante em democracia
é controlar o poder de quem manda e, claro, retirar o poder a quem manda mal.
Em 2011 não tive dúvidas em contribuir para afastar o anterior
primeiro-ministro. Agora, não tenho dúvidas em afastar o seu sucessor. Não é
apenas o prejuízo incalculável que causou à ciência, à educação e à cultura,
causas que lhe são totalmente estranhas, não deixando réstia de esperança aos
jovens que se julgavam no direito de mostrar entre nós o seu talento. É também
e sobretudo o seu extenso rol de tontarias, que seriam o mote de implacáveis
farpas, se Eça andasse por aí. Passos Coelho enganou-nos repetidamente, só para
dar um exemplo, no inacreditável caso BES. Foi ele, antes da “resolução”, que
garantiu que se podia investir nesse banco. Foi ele também que, depois dela,
afirmou que não haveria qualquer prejuízo para os contribuintes. Foi ele ainda
que disse que afinal não vender o Novo Banco era bom, pois o Estado encheria os
bolsos de juros. Finalmente, foi ele que disse, em plena campanha, que ia
encabeçar um peditório para que os lesados pudessem recorrer à justiça a fim de
processar não só o banco mas também provavelmente o Banco de Portugal e o
próprio governo (os dois conluiados no caso). Estou à espera de saber quanto é
que ele vai dar do seu próprio bolso: dez euros, cem euros, mil euros ou dez
mil euros? Seja lá quanto for, o que der não deixará de ser uma medida, ainda
que patética, da avaliação que faz do estado do país. Um governante com vocação
para pedinte não merece o meu voto.
A
seguir às eleições tem de se pensar na reforma do sistema político, o que passa
pela revisão da lei eleitoral, permitindo a escolha directa de pessoas. Com o
nosso anacrónico sistema eleitoral, dominado pelas máquinas partidárias, muita
gente não se sente representada. No dia 4 de Outubro irei votar para evitar o
pior. Estou com Karl Popper quando ele diz que o mais importante em democracia
é controlar o poder de quem manda e, claro, retirar o poder a quem manda mal.
Em 2011 não tive dúvidas em contribuir para afastar o anterior
primeiro-ministro. Agora, não tenho dúvidas em afastar o seu sucessor. Não é
apenas o prejuízo incalculável que causou à ciência, à educação e à cultura,
causas que lhe são totalmente estranhas, não deixando réstia de esperança aos
jovens que se julgavam no direito de mostrar entre nós o seu talento. É também
e sobretudo o seu extenso rol de tontarias, que seriam o mote de implacáveis
farpas, se Eça andasse por aí. Passos Coelho enganou-nos repetidamente, só para
dar um exemplo, no inacreditável caso BES. Foi ele, antes da “resolução”, que
garantiu que se podia investir nesse banco. Foi ele também que, depois dela,
afirmou que não haveria qualquer prejuízo para os contribuintes. Foi ele ainda
que disse que afinal não vender o Novo Banco era bom, pois o Estado encheria os
bolsos de juros. Finalmente, foi ele que disse, em plena campanha, que ia
encabeçar um peditório para que os lesados pudessem recorrer à justiça a fim de
processar não só o banco mas também provavelmente o Banco de Portugal e o
próprio governo (os dois conluiados no caso). Estou à espera de saber quanto é
que ele vai dar do seu próprio bolso: dez euros, cem euros, mil euros ou dez
mil euros? Seja lá quanto for, o que der não deixará de ser uma medida, ainda
que patética, da avaliação que faz do estado do país. Um governante com vocação
para pedinte não merece o meu voto.»