sexta-feira, outubro 02, 2015

Gostei de ler



Carlos Fiolhais - Professor Universitário 


Antes de votarem É FAVOR LER!
«Para além da queda do PSD-CDS em favor do PS, há uma outra mensagem importante que estão a transmitir: a abstenção não vai diminuir e o número de votos brancos e nulos vai aumentar. A campanha em vez de convidar à participação está a afastar os eleitores. Feita de arruadas e comícios, flashes e soundbytes, mentiras e mais mentiras, a campanha pouco está a contribuir para o esclarecimento dos cidadãos. Os partidos não conseguem sair das bolhas onde há muito se encapsularam.
A seguir às eleições tem de se pensar na reforma do sistema político, o que passa pela revisão da lei eleitoral, permitindo a escolha directa de pessoas. Com o nosso anacrónico sistema eleitoral, dominado pelas máquinas partidárias, muita gente não se sente representada. No dia 4 de Outubro irei votar para evitar o pior. Estou com Karl Popper quando ele diz que o mais importante em democracia é controlar o poder de quem manda e, claro, retirar o poder a quem manda mal. Em 2011 não tive dúvidas em contribuir para afastar o anterior primeiro-ministro. Agora, não tenho dúvidas em afastar o seu sucessor. Não é apenas o prejuízo incalculável que causou à ciência, à educação e à cultura, causas que lhe são totalmente estranhas, não deixando réstia de esperança aos jovens que se julgavam no direito de mostrar entre nós o seu talento. É também e sobretudo o seu extenso rol de tontarias, que seriam o mote de implacáveis farpas, se Eça andasse por aí. Passos Coelho enganou-nos repetidamente, só para dar um exemplo, no inacreditável caso BES. Foi ele, antes da “resolução”, que garantiu que se podia investir nesse banco. Foi ele também que, depois dela, afirmou que não haveria qualquer prejuízo para os contribuintes. Foi ele ainda que disse que afinal não vender o Novo Banco era bom, pois o Estado encheria os bolsos de juros. Finalmente, foi ele que disse, em plena campanha, que ia encabeçar um peditório para que os lesados pudessem recorrer à justiça a fim de processar não só o banco mas também provavelmente o Banco de Portugal e o próprio governo (os dois conluiados no caso). Estou à espera de saber quanto é que ele vai dar do seu próprio bolso: dez euros, cem euros, mil euros ou dez mil euros? Seja lá quanto for, o que der não deixará de ser uma medida, ainda que patética, da avaliação que faz do estado do país. Um governante com vocação para pedinte não merece o meu voto.
A seguir às eleições tem de se pensar na reforma do sistema político, o que passa pela revisão da lei eleitoral, permitindo a escolha directa de pessoas. Com o nosso anacrónico sistema eleitoral, dominado pelas máquinas partidárias, muita gente não se sente representada. No dia 4 de Outubro irei votar para evitar o pior. Estou com Karl Popper quando ele diz que o mais importante em democracia é controlar o poder de quem manda e, claro, retirar o poder a quem manda mal. Em 2011 não tive dúvidas em contribuir para afastar o anterior primeiro-ministro. Agora, não tenho dúvidas em afastar o seu sucessor. Não é apenas o prejuízo incalculável que causou à ciência, à educação e à cultura, causas que lhe são totalmente estranhas, não deixando réstia de esperança aos jovens que se julgavam no direito de mostrar entre nós o seu talento. É também e sobretudo o seu extenso rol de tontarias, que seriam o mote de implacáveis farpas, se Eça andasse por aí. Passos Coelho enganou-nos repetidamente, só para dar um exemplo, no inacreditável caso BES. Foi ele, antes da “resolução”, que garantiu que se podia investir nesse banco. Foi ele também que, depois dela, afirmou que não haveria qualquer prejuízo para os contribuintes. Foi ele ainda que disse que afinal não vender o Novo Banco era bom, pois o Estado encheria os bolsos de juros. Finalmente, foi ele que disse, em plena campanha, que ia encabeçar um peditório para que os lesados pudessem recorrer à justiça a fim de processar não só o banco mas também provavelmente o Banco de Portugal e o próprio governo (os dois conluiados no caso). Estou à espera de saber quanto é que ele vai dar do seu próprio bolso: dez euros, cem euros, mil euros ou dez mil euros? Seja lá quanto for, o que der não deixará de ser uma medida, ainda que patética, da avaliação que faz do estado do país. Um governante com vocação para pedinte não merece o meu voto.»