segunda-feira, dezembro 15, 2008

Qren


A Comissão Técnica de Coordenação do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) editou o seu primeiro Boletim Informativo, que presta informações sobre a aplicação dos fundos comunitário em Portugal durante o período 2007 - 2013.

Uma frase desse relatório evidencia a eficácia com que esses fundos estão a ser geridos pelo actual governo: "Até ao final de Outubro o volume de despesa validada pelas Autoridades de Gestão era de 240 M€, o que correspondia a uma taxa de execução de 1,1%".
Em Outubro tinham-se cumprido 22 meses desde o início da vigência do QREN (iniciado em Janeiro de 2007), o que representa 26% da duração do Quadro de Referência Estratégico (até final de 2013).
Mesmo considerando que algumas despesas associadas a estes fundos podem prolongar-se até 2015, apresentar 1,1% como resultado da execução em 22 meses de duração do programa revela uma confrangedora incapacidade de gestão dos apoios previstos para a economia portuguesa.
Estes apoios constituem hoje um precioso instrumento de política e dinamização económica, no contexto de uma política monetária sistematicamente orientada para o controle da inflação (e por isso com efeitos negativos sobre o emprego) e de uma política orçamental severamente condicionada pelos limites impostos aos défices orçamentais (e por isso com efeitos negativos sobre o investimento público e, de novo, sobre o emprego).
A importância dos apoios comunitários à economia ganha relevância acrescida no contexto de crise económica global que se vive e assume particular significado nas regiões do interior do país, onde as dinâmicas económicas são mais débeis, os investimentos privados muito escassos e os investimentos públicos cada vez mais limitados.
A desertificação humana de grande parte do território português a concentração da população em torno das grandes áreas metropolitanas têm sido marcas do insustentável processo de desenvolvimento que sucessivos governos têm promovido.
Para grande parte do território nacional, ter gasto apenas 1,1% das verbas disponibilizadas pelo QREN não é apenas a medida da eficácia da sua gestão: é, sobretudo, a condenação da população ao desemprego, à miséria e a ao êxodo.

Mas, as eleições estão aí!!!
Até lá, vai ser o alargar os cordões à bolsa; o pior é se não há, nem tempo, nem dinheiro para as comparticipações.
Pede-se aos bancos!!!!