A ministra da Saúde, Ana Jorge, foi ao Centro Nacional de Cultura apresentar o plano de combate à sida nas escolas.
Como tem sido hábito neste Governo, o acontecimento tinha a pompa e a circunstância do costume. Acabada a cerimónia, com os inevitáveis discursos da praxe, Ana Jorge pôs-se à disposição dos jornalistas para responder a mais algumas questões sobre aquela matéria. Acontece que Ana Jorge não estava sozinha. Estava acompanhada de Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação, que, como se sabe, tem andado na berlinda devido à guerra com os professores.
O jornalista da RTP aproveitou a ocasião e tentou naturalmente fazer uma pergunta a Maria de Lurdes Rodrigues sobre o assunto.
Foi então que Ana Jorge saltou indignada com o comportamento do jornalista:
«O quê? O senhor não sabe o que está combinado? Que hoje só se pode fazer perguntas sobre esta cerimónia e sobre o plano de combate à sida nas escolas? Ainda por cima é a RTP, a televisão pública, a fazer uma coisa destas. E, depois, logo à noite, não sai a reportagem.»
Ainda dizem que se deve respeitar a "legitimidade democrática do Governo para governar"».
Claro, senhor Pedreira.
De acordo que aceitamos a legitimidade TODA; mas há uma pequena «condição», que resulta do simples, mas importante facto, que quem pede para aceitar a "legitimidade democrática do Governo para governar", também DEVE ACEITAR a legitimidade democrática, dos que se manifestam, dos que fazem greve, dos que se indignam, quando os governantes têm atitudes injustas, prepotentes e arrogantes.
Ganhar eleições, não dá o direito de terem a verdade sobre tudo e principalmente sobre NADA.
Será que o léxico do senhor Pedreira contempla tais ditames democráticos?
Duvida-se.
Às urtigas a «tal» legitimidade!!
Percebeu???