quinta-feira, julho 11, 2013

Como se faz um HOMEM

Nas sociedades de consumo, vulgo sociedades capitalistas, nem as crianças sabem brincar, nem construir os seus próprios brinquedos.
Tudo se compra, tudo se deita para o lixo à velocidade estonteante da máquina de sonhos!!
Hoje, com o advento dos jogos de computador, com as consolas e com as «chinesices» de brinquedos virtuais, perdeu-se o hábito de se fabricarem os próprios brinquedos. 
Quem não se lembra do «comboio» feito de latas de sardinha, presas por um cordel; das bolas feitas de meias velhas; dos carrinhos de rolamentos ou do aro que se conduzia com a destreza de uma arame?
Eram «nossos», feitos por cada um!
Eu brinquei com eles e fizeram as minhas delícias naquelas férias «grandes», de quatro meses.
Hoje quando olhei para esta foto vieram-me à memória recordações de infância.
Não é nostalgia.
É apenas um sentimento de prazer. Prazer pelo que se fazia e, principalmente, pelo engenho e arte que nos obrigava a «pensar» o nosso mundo a partir do quase nada. 
Não havia computadores nem jogos de tiros e guerra.
Guerra havia a outra, bem mais real, que nos ameaçava num futuro breve.
Enquanto essa guerra não chegava havia tempo para construir o nosso faz-de-conta, com brinquedos e o prazer de os partilhar, nas aventuras, com os nossos amigos.