O meio ambiente refere-se ao conjunto de fatores físicos, biológicos e químicos que cerca os seres vivos, influenciando-os e sendo influenciado por eles. Quando se fala em meio ambiente, logo vem à mente uma floresta, uma rica variedade de plantas, grandes árvores e animais de diversas espécies. Mas, o meio ambiente não é constituído apenas pelas plantas e pelos animais. Ele é também constituído e alterado por atividades humanas. Portanto, o meio ambiente é formado por elementos abióticos, como a água, o ar, o solo e a energia; por elementos bióticos, como a flora e a fauna; e pela cultura humana, os seus valores sociais, políticos, económicos, científicos e éticos. E como vai o ambiente na Guarda, seguindo a definição apresentada? Hoje falamos do Parque Urbano do Rio Diz, a mais importante realização em termos de ambiente ligado ao lazer realizado no concelho. Esqueçamos os projectos megalómanos que nunca foram concretizados como o célebre teleférico, as gaivotas e demais projectos que nunca passaram do papel. Mas o Parque construi-se para os guardenses e para todos os que nos visitam para desfrutarem de um espaço de lazer com elevada qualidade. Contudo, os poderes que se seguiram como representantes do povo no executivo camarário rapidamente se esqueceram da obrigação de preservar e valorizar o espaço. A deterioração do mesmo é por mais evidente. Aquilo que deviam ser espelhos de água estão transformados em lagos sujos, um desleixo total. Os relvados estiveram secos e só a chuva dos últimos dias os salvou. Faltou água para os manter bem cuidados e vivos. O lixo acumula-se. As árvores que plantaram a grande maioria não sobreviveu, pois não foram adoptadas medidas adequadas para o seu crescimento. Os bebedouros só no final deste verão voltaram a funcionar. Instalaram um espaço para canídeos que só resultou em mais e mais degradação do ambiente, a juntar ao cheiro pestilento e nauseabundo que a ETAR provoca. A tal reciclagem das águas residuais em água para rega do parque nunca funcionou. Mais e mais um embuste. A falta de oxigenação do riacho e dos lagos determinou a mortandade de muitos peixes. Criaram um caixa de areia para desportos de praia. Para funcionar no máximo três meses no ano? Quando chove a dita caixa transforma-se num lago. Foi aproveitado um espaço para pista de acrobacias para ciclistas. Mas para quando a colocação de um dístico a proibir a sua utilização sem uso de equipamento de segurança? Falar do parque infantil é lembrar o estado de deterioração em que se encontram os equipamentos, colocando em perigo a segurança das crianças que os utilizam. Aqui chegados importa referir o desrespeito por parte de certos adultos que fazem dos equipamentos uso pessoal. Ora os equipamentos são para as crianças e não para adultos. Falta civismo. Quem já esqueceu a distribuição avulsa de placas em faixas pintadas no chão para delimitar espaços só para peões e outros para peões e ciclistas? Faltaram placas para a utilização dos trilhos para os automobilistas. Sim, desde carros da câmara municipal até carros particulares a sua circulação é mais que muita. Ninguém cumpre os espaços determinados pela dita sinalética. Também já não são visíveis as placas e a tinta desapareceu. Quem lucrou com esta cretina ideia? Os cidadãos não foram com toda a certeza. Pagaram as placas e as pinturas com o seu dinheiro. Já nem preciso de falar das placas de propaganda do ambiente que só servem para isso mesmo, enganar os incautos cidadãos. E quando o mundo está em crise com a falta de água, na Guarda, no Parque Urbano do Rio Diz, sob a responsabilidade do executivo camarário, há um ponto onde se podem lavar as bicicletas. Isto é um atentado aos apelos que se fazem por todo o mundo para que se poupe água. Fechem o espaço e os ciclistas que lavem as bicicletas nas suas casas. É que o problema não está só no desperdício sem qualquer custo para o utilizador desse bem precioso que é a água. A falta de civismo de muitos utilizadores também se verifica nesse espaço com atirar água a amigos, colegas ou até a restantes utilizadores do parque. Mas também falamos de falta de civismo quando se verifica que muitos utilizadores passeiam os seus cães e cadelas sem respeito pelas normas publicadas à entrada do parque. Uso de trela e a obrigação de apanharem os dejetos dos canídeos. E continuamos a falar de falta de civismo quando certos automobilistas estacionam mal os seus carros. Um parque com tanto espaço para estacionamento, bloquear o acesso ao único café a funcionar é desrespeito por pessoas com mobilidade reduzida que procuram utilizar aquele acesso. Já que falamos de serviço de cafetaria para quando a abertura do outro espaço? O café “Lago”. Com condições excelentes para ser um espaço lúdico de oferta múltipla para eventos de cariz cultural. Nada é pensado. O que importam são os eventos de entretenimento para aumentar o obscurantismo e a ignorância cultural. Por fim, mas de forma alguma esgotado o tema, não posso deixar de referir que havendo espaços próprios para se comemorarem certas celebrações os amigos do poder tenham a faculdade de utilizar outros espaços, utilizarem a electricidade paga por todos nós cidadãos para celebrarem o que muito bem lhes apetece. E pior, muito pior, se um cidadão procura saber quem deu tal autorização e se houve pagamento das despesas realizadas, a câmara não responde e informa o requerente que se quiser que entregue o caso à justiça. Isto é revelador da prepotência e abuso do poder do executivo camarário. Mas também se recusam a dar conhecimento dos gastos na concepção, realização e inauguração dos espaços para canídeos, e da caixa de areia. A isto chama-se falta de transparência nos actos públicos. É não cumprir com dever de informar como é gasto o dinheiro dos contribuintes. É julgarem-se donos do que não lhes pertence. Têm obrigação legal de prestar contas, mas não a cumprem e usam e abusam do poder a seu belo prazer. E sigam as festas e festanças e outras que enchem as panças, mas dessas a seu tempo falaremos.
Tenham uma excelente semana.