domingo, outubro 27, 2024

Fui ao cinema aqui na Guarda!

E fui ver o Megalopolis do Francis Coppola.
Uma sala fria, num sábado à noite, apenas e tão-só três espectadores.
Elucidativo.
Um filme perturbador, para ser digerido e principalmente discutido com muita calma ao longo do "tempo". O mesmo "tempo" que marca muito do filme. O tempo que ninguém consegue manipular!
Com frases para serem pensadas e compreendidas num discurso muito fluente que por vezes pode parecer confuso. Mas desiludam-se. São bem reais e verdadeiras.
O filme é destruição e construção.
Megalopolis é projectado num ambiente de um futuro distópico, onde o arquiteto vivido por Adam Driver propõe um projeto de cidade inovador, que promete consertar desigualdades. As suas ideias são bloqueadas, no entanto, pelos defensores do "status quo", incluindo o prefeito vivido por Giancarlo Esposito e o bilionário interpretado por Jon Voight.
Para frase inicial do filme "O império da América acabará por ruir como acabou o Império de Roma". Aliás, as semelhanças com a vida sumptuosa da decadência de Roma antiga e a América dos nossos dias são frequente.
Citações frequentes a Cícero e a Marco Aurélio são verdadeiramente integrantes, mas actuais.
Utopia, distopia, poder, manipulação, culto da personalidade e dinheiro são muitos temas que são lançados, mas que não têm desenvolvimento. Apenas temas para discussão!
O filme deixa o espectador perplexo? Sem qualquer dúvida. Mas só por isso é mesmo a não perder.