domingo, setembro 17, 2023

"Um parolo no Canadá"

 Depois dos decotes seguiu-se o "somos"!
"Somos fado, somos bacalhau, somos Cristiano Ronaldo, somos caldo verde, somos cozido à portuguesa, somos o vira e o corridinho e o fandango. Somos tudo isto, temos uma alma."!
SOMOS? Mas quem? TU? Só podes!
Além do moscatel e da ginjinha também gostas do bacalhau, do caldo verde (com ou sem chouriça?), do vira (já te vimos a dançar com o Moedas mas ainda não perdi a esperança de te ver dançar com o Relvas, no rancho que lhe deu direito a uma licenciatura), do corridinho (isso todos sabemos que gostas hoje na Patagónia, amanhã na Cochinchina e depois nas Galápagos sempre o correr, sem faltar o comentário a um qualquer jogo de conquilha!), o fandango (nisso és mestre! tu e a canalha que te bajula!) e, por fim, a Alma! Não podia faltar! Mas de que alma falas? A alma penada? Com toda a certeza! Há muitas almas penadas! Deixaram cá muitos males e andam por aí a pedir a purgação, mas é só fingimento.
Ontem, no tempo das ditaduras, que te deram tudo eram os F's - Fado, Futebol e Fátima. Agora é exactamente o mesmo só com linguagem mais refinada e ordinária adequada aos tempos. Como diria o outro a língua está em constante mudança e sofre influências de todo o tipo. Pois claro!
E o discurso do bacalhau, caldo verde, fado e outras tangas era constantemente interrompido por "gritos a imitar a celebração de golo do Ronaldo". Tudo igual ao "apoiado" que se ouvia nos tempos da ditadura quando um facho botava fala dura.
Nem faltou o patriotismo exacerbado, bacoco, parolo e hipócrita do ""Nós respeitamos todos, mas somos os melhores".
Que nojo!
E por fim a pior de todas!
Parte dos presentes teve a entrada paga pelo seu sindicato ou associação, enquanto outros pagaram 75 dólares canadianos – cerca de 52 euros – para estarem nesta estapafúrdia e néscia palestra de um Marcelo que em tudo se assemelhou às visitas do Thomaz às antigas províncias ultramarinas.
Em tudo igual! Até os régulos.