Os
bispos podem puxar o que quiserem… e as orelhas ainda mais!
Mas
também não são isentos de críticas!
Ou
não são os bispos alguém que tem poderes sobre os padrecas?
Na
aldeia da minha avó o «cura» da altura era um tal de Alberto!
Naquele
tempo, todo e qualquer paroquiano tinha de pagar a côngrua.
Fosse
rico ou pobre!
Tivesse
o paroquiano emprego numa qualquer fábrica, pastor, proprietário ou pobre.
A
Celestina era uma paroquiana das socialmente excluídas, dado ser mãe solteira,
na linguagem actual e, prostituta no tempo, mas a quem a paróquia impunha o
pagamento da côngrua.
Um
dia a Celestina cruzou-se com o «cura» Alberto na única estrada digna desse
nome que existia na aldeia. Celestina fitou-o de longe, como quem vai enfrentar
um lobo.
-
Bom dia senhor padre Alberto, disse a Celestina cobrindo a boca com o lenço
negro e já gasto.
-
Bom dia Celestina retorquiu o padre. Olha oh Celestina estás em falta com o
pagamento da côngrua.
-
Ainda bem que fala nisso, senhor padre Alberto. Tenho aqui no bolso - e meteu a
mão no bolso do avental – uns cinco escudos que a tia Violante me deu agora de
troco na taberna.
-
Mas Celestina a côngrua são vinte escudos, replicou o padre já com o breviário
junto à cara!
-
Se quer os cinco escudos dou-lhos já. Vinte escudos não os tenho!
-
Não aceito, rematou o padre!
-
Então que Deus o abençoe - disse a Celestina a caminho de casa!
Mas,
nem dois passos tinha dado e já o padre Alberto gritava a plenos pulmões:
-
Oh Celestina anda cá mulher. Dá cá os cinco escudos. Vale mais um pássaro na
mão que dois a voar!
Pode-se
servir dois deuses contraditórios?
NUNCA!
Já
agora, senhores bispos tenham atenção ao parque automóvel dos vossos padres
quando há reuniões e verifiquem a quantidade de cavalos por ali estacionados!
Mais
que na cordoaria nacional!