Vamos começar a publicar, neste espaço, a crónica que publicamos às segundas-feira na Rádio F.
Esta foi ontem publicada e, se a quiserem ouvir aqui fica o endereço: Ponto de Vista
Crónica F –
19 Nov 2012
A semana foi
fértil em acontecimentos aqui pela Guarda para já não falar do país.
Por um lado, o
anúncio da provável candidatura de Joaquim Valente à câmara da Guarda, ou da
sua integração em listas do Ps. Afinal em que ficamos? O tabu continua com
direito a apostas na barraca dos tirinhos, no intervalo de umas sandes de porco
no espeto e um copo de vinho. Já do lado do Psd, anuncia-se a candidatura de
Manuel Rodrigues coadjuvada pela do senhor de terras do Bandarra… a água
mineral, para aliviar crises biliares.
Falta saber
qual dos órfãos de Valente avançará pelo PS.
Este frenesim
de candidaturas e não candidaturas leva-me a pensar no seguinte: PS e PSD sabem
que podem contar com os eleitores, que um deles ganhará a câmara da Guarda (e
99% das câmaras do país) não obstante todo o mal que há mais de 25 anos andam a
fazer a este pobre país e a este pobre povo.Povo que continua a renovar votos de confiança nos candidatos destes dois partidos e que continuará a fazê-lo enquanto a manipulação da mensagem que lhe é lavada por esses mesmos dois partidos se mantiver.
Já a mensagem do vice ou do presidente substituto, dependendo do momento, do executivo da câmara da Guarda no que às obras infindáveis do bairro da Nossa Senhora dos Remédios, diz respeito, é tudo menos clarificadora e assertiva.
Senhor vice ou presidente substituto, essa de aplicar coimas, à empresa que está a fazer as obras no referido bairro, há três anos, é um embuste. Três anos de obras, é caso para dizer, que é obra. Um verdadeiro suplício para moradores, que pagam as suas taxas, para comerciantes que pagam as suas taxas, para eventuais transeuntes que têm que utilizar aquelas artérias. Todos cidadãos que pagam as suas taxas. Pois é.
O senhor vice, sabe que as coimas se aplicam quando ocorre alguma infracção. Ora, no caso vertente, há um caderno de encargos que a empresa e, principalmente a câmara da Guarda devem ter assinado. E, quando não se cumprem os acordos os tribunais servem para alguma coisa. Agora, dizer-se que vão aplicar coimas não lembraria ao Tiririca. Os senhores são de facto uns brincalhões.
Mas, assim vai o nosso poder autárquico nesta nossa democracia representativa: nada nem ninguém é responsabilizado. Sofrem a bem sofrer os cidadãos do bairro da Nossa Senhora dos Remédios.
Mas há mais no que à gestão camarária diz respeito. Então não é que o executivo camarário se esqueceu (esqueceu???) de incluir no contrato de venda do Hotel Turismo o direito de reversão e de indeminização no caso do Turismo de Portugal não cumprir com o contratualizado?
Manifestamente, esta gente pouco ou nada se preocupa com os interesses do concelho. Não sabem, nem sonham que o património não lhes pertence; apenas e tão só lhes está confiado e devem por todos os meios valorizá-lo.
Malhas que a democracia tece…….bem tecidas, cobertores de papa, pois então, que o frio aperta!!!.
Ali para os lados do hospital, não são precisas mantas nem cobertores.
A coisa anda bem animada. A ferver. O Baile da paróquia.
Ana Manso parece incapaz de se ver livre da mediatização de pequenos e grandes escândalos e da perseguição que lhe vai sendo movida por quem mal lhe quer. E tantos parecem ser!
Não comentarei os detalhes da escandaleira, sejam os resultados da auditoria, do desvio de um cadáver, dos resultados operacionais, do serviço de cirurgia ou da presença de amigalhaços sem contrato dentro das instalações do hospital. Não o farei porquanto há processos em curso, há resultados a apurar e responsabilidades a atribuir.
No entanto, cresce a sensação de que, enquanto Ana Manso estiver à frente dos destinos da ULS da Guarda, a animação, com direito a baile não vai parar. Haverá foguetes e, sempre os do costume a apanharem as canas da romaria à senhora do coito.
Em plena crise, com decisões aguardadas com muita expectativa – o futuro da maternidade, o novo hospital, a eventual fusão ou extinção de serviços, a possível perda de capacidade formativa do serviço de cirurgia, etc., etc. – com cada vez menos dinheiro e maior distância relativamente ao poder central, o momento para termos cá pela Guarda um conselho de administração permanentemente nas bocas do mundo é o pior possível.
Finalmente uma breve meditação ao redor da anedota da semana: a imprensa descobriu e os partidos da oposição denunciaram que cerca de 1500 funcionários nomeados directamente pelo governo tiveram direito a subsídio de férias. Enquanto isso, os restantes funcionários públicos, se viram privados dos tais subsídios, sempre pelo bom nome da famigerada crise.
Da parte do governo quem teve as honras de responder e reagir ao caso, foi o senhor doutor Relvas.
E fê-lo dizendo, magoado, que a demagogia tem limites.
Eu repito: o doutor Relvas veio falar de demagogia.
Um homem que chegou a ministro da república carregado de suspeições relativamente ao seu percurso académico, que tem fama e proveito de ser o ministro dos ministros, o chamado ministro-político, que aprendeu a arte da política-intriga, que se doutorou em demagogia política com distinção nas escolas da JSD e do PSD, vem agora dar lições de ética ao comentar a atribuição de subsídios de férias a 1500 felizardos nomeados pelo governo.
Termino perguntando: e não se pode mandar emigrar e, abdicar do conforto do seu governo?