O Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN) anunciou hoje que descobriu uma partícula nova que pode ser o bosão de Higgs, conhecido como a "partícula de Deus", porque confere ordem e massa ao universo.
Os físicos têm tentado encontrar provas da existência do bosão de Higgs há quase 50 anos e, nos últimos dias, poderão ter finalmente encontrado a partícula, anunciaram hoje os cientistas, explicando que a nova partícula tem características de massa e comportamento previstas para o bosão de Higgs.O bosão de Higgs combina duas forças da natureza e mostra que são, de facto, aspetos diferentes de uma mesma força maior, sendo que esta partícula a responsável pela existência de massa nas partículas elementares.
Os resultados das pesquisas, que não são conclusivos, porque os cientistas preferem manter a prudência, são hoje explicados numa conferência de imprensa.
QUE AVANÇO NA CIÊNCIA!!!!
E agora, quantas teorias serão pura e simplesmente rasgadas e reduzidas à sua inutilidade no progresso científico.
Hoje lembrei-me do poema de Rómulo de Carvalho (António Gedeão) sobre o julgamento do Galileu, na Inquisição.......
«Poema para Galileo
Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu sei… eu sei…
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!
Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.
Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar- que disparate, Galileo!
- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação-
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.
Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta era a inteligência que Deus nos deu.
Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se tivesse tornado num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.
Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e descrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai Galileo!
Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto incessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa do quadrado dos tempos.
A VERDADE PODE DEMORAR A SER CONHECIDA, MAS UM DIA TUDO SE SABE!!!!
UM DIA ÚNICO PARA A HUMANIDADE.
Muitos mitos irão cair se tudo se confirmar!!!!
Aguardemos serenamente, como sempre a comunidade científica, verdadeira, o soube fazer!!!
Quantos milhares e milhares de cidadãos mortos pela ignorância «bendita» de uns quantos não gostariam de ter vivido este momento???
A todos eles a nossa HOMENAGEM!!!!!