terça-feira, setembro 06, 2011

A Bacalhôa

Os bancos portugueses estão aflitos com a chegada da troika aos seus balanços.
Afinal, o dinheiro que lhes falta para financiar a economia está nas mãos de alguns, poucos, grandes clientes que o pediram para comprar acções que agora não valem nem metade do que custaram.
Os investimentos do empresário madeirense Joe Berardo são um bom exemplo. A participação accionista no Millennium Bcp, que comprou a crédito, custou cerca de mil milhões de euros e vale hoje menos de 73 milhões.
Uma das empresas que detém as acções do Joe chama-se a «Bacalhôa»!!!!
Eheheheheh!!!!
Uma boa parte da posição accionista foi adquirida durante a guerra de poder então vivida pelos accionistas. São relatadas ligações suspeitas com os bancos financiadores - BCP do qual era presidente do Conselho de Remunerações e Previdência, CGD e BES - que o fizeram contra uma garantia de apenas 75% da Colecção Berardo (avaliada em 316 milhões de euros em 2007.
O acordo negociado com a CGD salvou Berardo. O investidor teve de reforçar as garantias colaterais. As negociações acabaram por ser fechadas apenas com a Caixa, BCP e BES, já que o Santander não concordou com os activos que estavam a ser entregues como garantia. A CGD e o BCP terão emprestado cada um cerca de 400 milhões, e o BES menos de 200 milhões. Na altura, Berardo terá conseguido prolongar o prazo dos empréstimos e congelar o pagamento de juros.
Outra «bolha» do Joe diz respeito à especulação imobiliária.
Berard possui activos, por exemplo, na área do imobiliário, que, nos últimos tempos terão desvalorizado, de acordo com especialistas, cerca de 30%.
Berardo foi contra a vinda do Fundo Monetário Internacional para Portugal desde a primeira hora.
E ele tinha a explicação: vai ser "um desastre".
Pois claro que tinha.....
"Na minha opinião, oxalá que eles [FMI] não entrem, mas acho que todos nós portugueses vamos pagar", afirmou.
 Joe Berardo chegou também a sugerir um acordo para ultrapassar as dificuldades, semelhante ao Plano Marshall, com que os Estado Unidos ajudaram a Europa a recuperar depois da II Grande Guerra. E queria financiamento e pagamentos da dívida a 50 anos. Tarde demais.
Em vez disso, uma equipa do FMI, do Banco Central Europeu e da UE veio obrigar os bancos a limpar os seus balanços, reequacionar participações e fortalecer rácios
Eis a razão pela qual Joe não queria cá o FMI e desejava que o «soneca» governador do Banco de Portugal, o Constâncio, se mantivesse a hibernar...... 
Desde a «compra» pelo Sócrates das obras de arte do Joe, até ao amigo Vara que lhe emprestou milhões dos contribuintes para comprar acções do BCP -Millenium!!! Tudo lhe era permitido.... O joe foi o «xico esperto» que se safou com a «bolha»!!! Só que a bolha rebentou.....e agora, ARROTAM os contribuintes portugueses....
Um dos que aproveitou a era socratina...e de que maneira.....