Dança? Não se acanhe, menina, hoje é Dia de Portugal portanto a menina dança, é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
aquele rapaz com jeito para nadar que todos celebram e ninguém lê, a não ser aquela parte muito conhecida, ora deixe cá ver, por mares nunca dantes navegados passaram ainda além da
(o resto já não sei, não tenho muito jeito para fixar nomes)
e os Lusíadas é como aquela sinfonia, a número 9, eu não me esqueço dessas coisas porque para os números sou um craque, a 9 é daquele senhor que morreu surdo, coitado
e os Lusíadas é assim, só se conhece a parte ba-na-nãnã do livro
e eu acho bem, porque devemos ser poupadinhos em tudo.
Venha, menina, esqueça os paus de cabeleireira ali atrás, faça de conta que estamos no Centro Cultural de Belém e não fique aí plantada de olhos no chão, vamos dançar a valsa, uma valsa só nossa
e não se preocupe, eu conduzo, conduzo o destino dos seus sapatinhos de Cinderela macroeconómica, dançaremos sob o olhar aprovador da pala do Camões, não se acanhe, fá-la-ei rodopiar, a si e ao nosso querido País, como uma deliciosa cereja esmagada entre a língua e o céu da boca.
Porque Portugal se calhar é assim, sabe, um país de ba-na-nãnãs à beira-mar plantados, com um olho no horizonte e outro no cu, oscilando entre o sonho mais belo e a caganeira mais atroz.
Dança? Não se acanhe, menina, hoje é Dia de Portugal portanto a menina dança, é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
aquele rapaz com jeito para nadar que todos celebram e ninguém lê, a não ser aquela parte muito conhecida, ora deixe cá ver, por mares nunca dantes navegados passaram ainda além da
(o resto já não sei, não tenho muito jeito para fixar nomes)
e os Lusíadas é como aquela sinfonia, a número 9, eu não me esqueço dessas coisas porque para os números sou um craque, a 9 é daquele senhor que morreu surdo, coitado
e os Lusíadas é assim, só se conhece a parte ba-na-nãnã do livro
e eu acho bem, porque devemos ser poupadinhos em tudo.
Venha, menina, esqueça os paus de cabeleireira ali atrás, faça de conta que estamos no Centro Cultural de Belém e não fique aí plantada de olhos no chão, vamos dançar a valsa, uma valsa só nossa
e não se preocupe, eu conduzo, conduzo o destino dos seus sapatinhos de Cinderela macroeconómica, dançaremos sob o olhar aprovador da pala do Camões, não se acanhe, fá-la-ei rodopiar, a si e ao nosso querido País, como uma deliciosa cereja esmagada entre a língua e o céu da boca.
Porque Portugal se calhar é assim, sabe, um país de ba-na-nãnãs à beira-mar plantados, com um olho no horizonte e outro no cu, oscilando entre o sonho mais belo e a caganeira mais atroz.
Dança? Não se acanhe, menina, hoje é Dia de Portugal portanto a menina dança, é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
aquele rapaz com jeito para nadar que todos celebram e ninguém lê, a não ser aquela parte muito conhecida, ora deixe cá ver, por mares nunca dantes navegados passaram ainda além da
(o resto já não sei, não tenho muito jeito para fixar nomes)
e os Lusíadas é como aquela sinfonia, a número 9, eu não me esqueço dessas coisas porque para os números sou um craque, a 9 é daquele senhor que morreu surdo, coitado
e os Lusíadas é assim, só se conhece a parte ba-na-nãnã do livro
e eu acho bem, porque devemos ser poupadinhos em tudo.
Venha, menina, esqueça os paus de cabeleireira ali atrás, faça de conta que estamos no Centro Cultural de Belém e não fique aí plantada de olhos no chão, vamos dançar a valsa, uma valsa só nossa
e não se preocupe, eu conduzo, conduzo o destino dos seus sapatinhos de Cinderela macroeconómica, dançaremos sob o olhar aprovador da pala do Camões, não se acanhe, fá-la-ei rodopiar, a si e ao nosso querido País, como uma deliciosa cereja esmagada entre a língua e o céu da boca.
Porque Portugal se calhar é assim, sabe, um país de ba-na-nãnãs à beira-mar plantados, com um olho no horizonte e outro no cu, oscilando entre o sonho mais belo e a caganeira mais atroz.
Dança? Não se acanhe, menina, hoje é Dia de Portugal portanto a menina dança, é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
aquele rapaz com jeito para nadar que todos celebram e ninguém lê, a não ser aquela parte muito conhecida, ora deixe cá ver, por mares nunca dantes navegados passaram ainda além da
(o resto já não sei, não tenho muito jeito para fixar nomes)
e os Lusíadas é como aquela sinfonia, a número 9, eu não me esqueço dessas coisas porque para os números sou um craque, a 9 é daquele senhor que morreu surdo, coitado
e os Lusíadas é assim, só se conhece a parte ba-na-nãnã do livro
e eu acho bem, porque devemos ser poupadinhos em tudo.
Venha, menina, esqueça os paus de cabeleireira ali atrás, faça de conta que estamos no Centro Cultural de Belém e não fique aí plantada de olhos no chão, vamos dançar a valsa, uma valsa só nossa
e não se preocupe, eu conduzo, conduzo o destino dos seus sapatinhos de Cinderela macroeconómica, dançaremos sob o olhar aprovador da pala do Camões, não se acanhe, fá-la-ei rodopiar, a si e ao nosso querido País, como uma deliciosa cereja esmagada entre a língua e o céu da boca.
Porque Portugal se calhar é assim, sabe, um país de ba-na-nãnãs à beira-mar plantados, com um olho no horizonte e outro no cu, oscilando entre o sonho mais belo e a caganeira mais atroz.
Dança? Não se acanhe, menina, hoje é Dia de Portugal portanto a menina dança, é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
aquele rapaz com jeito para nadar que todos celebram e ninguém lê, a não ser aquela parte muito conhecida, ora deixe cá ver, por mares nunca dantes navegados passaram ainda além da
(o resto já não sei, não tenho muito jeito para fixar nomes)
e os Lusíadas é como aquela sinfonia, a número 9, eu não me esqueço dessas coisas porque para os números sou um craque, a 9 é daquele senhor que morreu surdo, coitado
e os Lusíadas é assim, só se conhece a parte ba-na-nãnã do livro
e eu acho bem, porque devemos ser poupadinhos em tudo.
Venha, menina, esqueça os paus de cabeleireira ali atrás, faça de conta que estamos no Centro Cultural de Belém e não fique aí plantada de olhos no chão, vamos dançar a valsa, uma valsa só nossa
e não se preocupe, eu conduzo, conduzo o destino dos seus sapatinhos de Cinderela macroeconómica, dançaremos sob o olhar aprovador da pala do Camões, não se acanhe, fá-la-ei rodopiar, a si e ao nosso querido País, como uma deliciosa cereja esmagada entre a língua e o céu da boca.
Porque Portugal se calhar é assim, sabe, um país de ba-na-nãnãs à beira-mar plantados, com um olho no horizonte e outro no cu, oscilando entre o sonho mais belo e a caganeira mais atroz.
Dança? Não se acanhe, menina, hoje é Dia de Portugal portanto a menina dança, é dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas
«Os portugueses são de um individualismo mórbido e infantil de meninos que nunca se libertaram do peso da mãezinha; e por isso disfarçam a sua insegurança adulta com a máscara da paixão cega, da obediência partidária não menos cega, ou do cinismo mais oportunista, quando se vêem confrontados, como é o caso desde Abril de 1974, com a experiência da liberdade. Isto não sucedeu só agora, é não é senão repetição de outros momentos da nossa história sempre repartida entre o anseio de uma liberdade que ultrapassa os limites da liberdade possível (ou sejam as liberdades dos outros, tão respeitáveis como a de cada um) e o desejo de ter-se um pai transcendente que nos livre de tomar decisões ou de assumir responsabilidades, seja ele um homem, um partido, ou D. Sebastião. (...) E sejam quais forem as nossas ideias e as nossas situações políticas, nenhum de vós que me escutais ou não, pode viver sem uma ideia que, genericamente, é inerente à própria condição humana: o resistir a tudo o que pretende diminuir-nos ou confinar-nos. (...) Deixem-me todavia recordar-vos que o grande aproveitacionismo de Camões para oportunismos de politicagem moderna não foi iniciado pela reacção. Esta, na verdade, e desde sempre, mesmo quando brandindo Camões, sentia que as mãos lhe ardiam. Aqueles oportunismos foram iniciados com o liberalismo romântico e com o positivismo republicano. E se o Estado Novo tentou apoderar-se de Camões, devemos reconhecer que ele era o herdeiro do nacionalismo político e burguês, inventado e desenvolvido por aquele liberalismo e aquele positivismo naquelas confusões ideológicas que os caracterizavam e de que Camões não tem culpa (...). Além e acima de tudo e todos, a principal personagem da epopeia é Camões ele-mesmo, não só como o autor, não só como o narrador, não só como o crítico severo e implacável de toda a corrupção e de toda a maldade, como o denunciador angustiado de uma decadência moral e cívica que ele via e sentia à sua volta, e o qual constantemente interrompe a narrativa para invectivar com o maior desassombro. (...) Ele é o homem em si, aquele ser que se busca continuamente e ao amor que o projecta para dentro e para fora de si mesmo, e é, como Luís de Camões, o predestinado para ser, ao mesmo tempo, o poeta-herói supremo que realiza, isto é, torna real para a eternidade da poesia, a história de Portugal, e a embarca nos navios de Vasco da Gama para unir o Ocidente ao Oriente. Ao mesmo tempo, este poeta-herói-épico, e o poeta-homem, exemplo de ser-se português, em exílios e trabalhos, em sofrer incompreensões e injustiças , e - ao contrário do que sucede ou sucedeu a alguns - regressar com as mãos vazias, apenas rico de desilusões, de amarguras e do génio que havia posto numa das mais prodigiosas construções jamais criadas, desde que o mundo é mundo (...). E vendo-o no seu tempo, e na visão do mundo que ele teve, sabemos que devemos relê-lo atentamente para saber, que ele, tão orgulhosamente português, entenderia todas as independências, se fosse em vida nosso contemporâneo como ele o é na obra que nos legou, para glória máxima de uma língua falada e escrita ou recordada em todos os continentes. O orgulho de ser-se alguma coisa, o inabalável sentimento de independência e de liberdade, disso ele falou, e sentiu como ninguém. É disso um mestre. Tudo existe na sua obra: o orgulho e a indignação, a tristeza e a alegria prodigiosa, a amargura e o gosto de brincar, e desejo de ser-se um puro espírito de tudo isento e a sensualidade mais desbragada, uma fé inteiramente pessoal, pensada e meditada como ele a queria e não como uma instituição , e a dúvida do presdestinado que se sente todavia só e abandonado a si mesmo. Leiam-no e amem-no: na sua epopeia, nas suas líricas, no seu teatro tão importante, nas suas cartas tão descaradamente divertidas. E lendo-o e amando-o (poucos homens neste mundo tanto reclamaram amor em todos os níveis, e compreensão em todas as profundidades) - todos vós aprendereis a conhecer quem sois aqui e no largo mundo, agora e sempre, e com os olhos postos na claridade deslumbrante da liberdade e da justiça. Ignorar ou renegar Camões não é só renegar o Portugal a que pertencemos, tal como ele foi, gostemos ou não da história dele. É renegarmos a nossa mesma humanidade na mais alta e pura expressão que ela alguma vez assumiu.»
Discurso de Jorge de Sena, na Guarda no dia 10 de Junho de 1977.
Este sim guardo-o na memória e atiro-o com veemência à cara de uns, muitos, bacocos e jacobinos mal cheirosos e abutres.
Foi aqui na Guarda.
Sabiam???
Não sabem e não querem saber...IGNORANTES....