sexta-feira, novembro 27, 2009

E a tramóia ainda não começou


A dívida total do Dubai chegava aos 80 mil milhões de dólares (53,2 mil milhões de euros) em 2008, dos quais 70 mil milhões a cargo de empresas públicas.
Sozinha a sociedade de participações Dubai World, contribui com cerca de 60 mil milhões de dólares para esse montante.

O anúncio da “suspensão” de seis meses no pagamento da dívida do grupo Dubai World, abalou as bolsas de valores de todo o mundo. O conglomerado, que actua em diversos sectores do pais, ficou famoso pelo desenvolvimento de extravagantes projectos imobiliários. Recentemente pediu para adiar o pagamento da sua dívida, interrompendo a meteórica ascensão económica dos Emirados Árabes Unidos. Temendo aquele que seria um dos maiores casos de incumprimento dos últimos tempos, e o efeito dominó adjacente, as bolsas de valores de todo mundo registaram fortes perdas.
Acontece sempre às economias em rápida ascensão, coisa estranha!!!
Segundo estimativa do banco suíço Crédit Suisse, a exposição dos bancos europeus ao Médio Oriente não ultrapasse um a dois por cento dos seus investimentos, sendo que o Dubai deteria apenas parte deste montante, cerca de 13 mil milhões de euros, valor questionado por diversos analistas consultados pela Dow Jones Newswires e citados pela AFP, que estimam um valor próximo de 26 mil milhões de euros.
Segundo Khan, ainda é difícil apurar os valores exactos, mas, estima-se que cerca de metade dos activos tóxicos presentes no balanço permanece na contabilidade dos bancos.
Entre os bancos expostos estão os britânicos HSBC, RBS e Barclays, os franceses BNP Paribas e Calyon (Crédit Agricole), o alemão Deutsche Bank e o suíço UBS. Os índices bolsistas tiveram queda acentuada em toda a europa.
Mas, a tramóia ainda não parou.
Metade das perdas advindas da crise financeira mundial ainda não foram reveladas, afirmou o director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn.
O director-geral do FMI afirmou ainda que os sistemas bancários de muitas economias desenvolvidas “permanecem sub capitalizados” em condições financeiras “muito diferentes do normal”.
Em Setembro, o FMI sugeriu a existência de 1,5 biliões de dólares de activos tóxicos que ainda permaneciam nos balanços das instituições bancárias, que ameaçam a recuperação do mercado de crédito e a retoma económica global.
Kahn alertou que a história das crises bancárias demonstra que não haverá um crescimento sem uma limpeza completa do balanço dos bancos, e que apesar da instituição não acreditar em uma recaída, tal possibilidade não pode ser descartada.
Aqueles que anunciaram a luz ao fundo do túnel, enganam-se.
Não é o fim do túnel.
É outro comboio em sentido contrário.
Pois!!!