segunda-feira, setembro 02, 2013

O FMI anda mal informado e em más companhias


O governo arranjou uma forma simples e descarada, de garantir que as elites sejam protegidas pelas medidas de austeridade, e que por «bom comportamento», ainda recebam injecções chorudas de milhares de milhões de euros, do empréstimo da Troika.
Para isso, bastou escolher bem os representantes que negoceiam com a troika.
Os elementos escolhidos para negociar o resgate, os que decidem de onde tem que sair o dinheiro, para pagar a divida, e onde deve entrar o dinheiro do resgate... são todos eles elementos com ligações ás elites responsáveis pela crise - banca, imobiliário, advogados, etc, como afirma Paulo Morais no video.

Assim fica mais fácil perceber porque razão os pobres são os que mais pagam a crise, e os ricos continuam a ser os que menos pagam e ainda recebem.

Por acidente, ou sabe-se lá porque razão, o FMI publicou um gráfico... dos tais que o  governo do CDS/PSD envia ao FMI, para os «colocar a par do estado do país... » (relatórios que todos devíamos conhecer... Mas são mantidos em segredo).
Esses relatórios, aparentemente, retractam uma realidade distorcida, no intuito de obter autorização para aplicar mais austeridade selectiva, da que eles gostam.- a que carrega sempre no zé povinho...
Nesse gráfico o FMI é levado a crer que os cortes nos salários não foi suficiente e que havia necessidade de fazer mais cortes.
Com informações fornecidas por equipas que, segundo Paulo Morais, nem sequer sabem o que é viver de salários... só podia dar nisto.
Falta saber é quantos relatórios tendenciosos e manipulados chegam ao FMI... Por isso me farto de alertar ... não se revoltem contra a troika ou o FMI, revoltem-se contra os corruptos que nos colocaram nas mãos da troika e do FMI e continuam a ser corruptos com a troika e o FMI.

"No relatório da sétima avaliação da troika, o FMI publicou um documento sobre a evolução salarial em Portugal, onde escrevia que sete por cento dos trabalhadores inscritos na Segurança Social tiveram cortes salariais em 2012, escreve o «Jornal de Negócios».
Ora, esse valor é considerado reduzido e foi com base nisso que o Fundo alertou para a importância de haverem mais cortes salariais e uma maior flexibilidade laboral.
Ou seja, a omissão está a custar caro a Portugal.
Acontece que, da base de dados utilizada para o efeito, foram omitidas milhares de observações, as quais, caso tivessem sido consideradas, apontariam para uma fatia de 20% de funcionários já atingidos por reduções nos respectivos ordenados, e não de 7% como o FMI publica.
Agora, a instituição presidida por Christine Lagarde, a tal «dama» que adora África (eheheh) defende-se garantindo que recebeu os dados do Governo de Pedro Passos Coelho. E o Governo português já admitiu que os dados fornecidos estão incompletos."
Já agora, fique-se a saber que a comissão parlamentar que neste momento tem mais importância para o futuro dos portugueses é a que está a negociar com a TROIKA.
Ironicamente o povo português não está representado nessa comissão, pois é composta por representantes dos bancos, representantes dos escritórios de advogados, dos interesses imobiliários e das grandes empresas.
A recente privatização/alienação da EDP é um exemplo de como uma comissão criada para fiscalizar e defender os interesses do estado, pode envolver nessa comissão, elementos com interesses no negócio que não eram os do estado.

Miguel Frasquilho - com interesses no BES, banco que acessorou os chineses na compra.
Mesquita Nunes - o advogado que pertence ao escritório de advogados que trabalhou para o governo nesse processo.
Pedro Pinto - que é consultor de empresas que dependem completamente da EDP.

O embuste - para onde nos leva o resgate e a austeridade?