quarta-feira, agosto 30, 2023

A isto chama-se reformar?

Quereis enganar quem?
Reformar significa, etimologicamente falando, melhorar, extirpar o mal, rectificar, corrigir.
Ora com a anunciada criação de mais 31 Unidades Locais de Saúde, a juntar às oito já existentes é tudo menos reformar.
Chama-se centralizar os problemas, dimensioná-los de forma a não serem eficazes e o pior de tudo criar mais e mais comissários partidários. O que mais interessa ao poder executivo - governo!
Para os autores da dita pseudo reforma o foco das Unidades Locais de Saúde – que integram os hospitais e os centros de saúde numa mesma instituição e gestão - é nas pessoas organizando, assim, as respostas em função das pessoas.
Perceberam a dissonância? "(...)é nas pessoas organizando, assim, as respostas em função das pessoas.").
Diria mesmo cacofonia.
O apresentador de serviço, Fernando Araújo o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde, disse esta coisa inverosímil "o objetivo é prestar melhores cuidados de saúde, apostando na prevenção da doença e na promoção da saúde". O senhor Araújo tem a certeza do que está a dizer? Melhores cuidados de saúde, apostando na prevenção e na promoção de saúde? Tem a certeza que é isso que se passa com as actuais 8 Unidades Locais de Saúde? Não falte à verdade.
Sabe como funcionam as actuais 8 Unidades Locais de Saúde?
Duvido que saiba.
Dizer-se que as novas unidades vão ser criadas de baixo para cima significa exactamente o quê? Que a gestão das unidades será feita por profissionais qualificados e não por seitas de partidários incompetentes?
E o mais preocupante é que o distinto director diz que "o financiamento das Unidades Locais de Saúde, que deverão entrar em funcionamento a partir de 01 de janeiro de 2024, passará a ser feito “per capita” e pela “estratificação pelo risco”, ou seja, em função do número de utentes e das suas doenças".
Brilhante senhor distinto director.
As populações do interior que se preparem.
O ostracismo e a exclusão aos ditos serviços de "prevenção da doença e na promoção da saúde" nunca chegarão a essas populações cada vez mais isoladas e esquecidas.
Já estamos habituados. Nada, mas mesmo nada, a estranhar.
Vivam as tachadas pois então senhor distinto director.
Que bom que é dirigir um Serviço Nacional de Saúde a partir de gabinetes climatizados e fingir que uma reforma se faz de baixo para cima para enganar zotes e nomear gente do aparelho, incompetente, que apenas olha para a sua ascensão promocional.
Deixe-se de tretas de reformas sem consistência prática.