Ficou-se a saber que os chamados tarefeiros do Serviço Nacional de Saúde ganham em função da sua produtividade. Toda a produtividade.
Agora ficou-se a saber que um dos itens dessa produtividade tem a ver com o número de altas passadas.
Já não bastavam as consultas, operações agora as altas.
Haverá médicos a receber um valor mais elevado à hora em função do número de altas que passam aos doentes.
Este é um índice que mais faz subir o valor hora pago.
Estranho, muito estranho, a Direção Executiva do SNS dizer que até ao momento "não recebeu qualquer denúncia ou informação" e "não tem conhecimento desses processos".
Então anotem o hospital de São Bernardo, em Setúbal, faz depender o valor hora das altas que são passadas.
Dito por uma empresa de recrutamento!
Mais preocupada com as nomeações dos gestores hospitalares?
As duas empresas de recrutamento de tarefeiros contactadas pela SIC não responderam às questões.
Elucidativo!
Mas de uma coisa todos já sabemos é que o número de empresas que recrutam profissionais de saúde tem aumentado nos últimos anos sem regulação que acompanhe esta tendência.
Só no ano passado foram gastos perto de 168 milhões de euros em prestações de serviços no SNS.
Por um lado, fica provado que o negócio é rentável e por outro que se esbanjam milhões de euros sem qualquer controlo.