A deputada do PS, Isabel Moreira, veio criticar publicamente a comunicação social pelos atropelos cometidos contra a divulgação de imagens e relatos da morte da Jéssica.
Houve abusos, como os tem havido sempre em certa comunicação sensacionalista.
Condena-se, obviamente.
Mas nem uma semana tinha decorrido e a mesmíssima comunicação social omitiu a barbárie cometida às portas de Europa, em Melilla.
Dualidade de critérios ou o puxão de orelhas de uma maioria absoluta que funcionou?
Lembrar aqui e agora um um filme de 1952, de Billy Wilder, que em Portugal teve a designação de «O Grande Carnaval» mas que no Brasil foi traduzido para «A montanha dos 7 abutres», muito mais elucidativo do enredo da obra cinematográfica.
Ser jornalista é levar a informação de modo verdadeiro e imparcial para o cidadão, é contribuir para a formação da opinião. Para cumprir com esse papel sem desonrar a profissão é necessário seguir uma conduta ética.
“A Montanha dos 7 Abutres” mostra como a manipulação nos veículos de comunicação pode ser intensa, e que muitas vezes o público não percebe que está sendo influenciado. Em determinadas ocasiões a imprensa cria, inventa e omite as notícias para que a sociedade tenha uma verdade artificial ou nem a venha a ter.
Até que ponto um jornalista é capaz de distorcer ou omitir uma notícia?
Hodiernamente já não é apenas a audiência que importa a certa canalha da comunicação social.
São, principalmente, os proprietários e os publicitários que determinam o que pode e não pode ser noticiado.
Os poderes, todos eles, influenciam a forma de fazer a notícia.
É a democracia representativa no seu péssimo desempenho.
Pensemos nisso!