Um
recente estudo, patrocinado pela Fundação Belmiro de Azevedo, afirma que os portugueses
têm nível baixo de escolaridade e pouca vontade de o melhorar!
Ainda
segundo o referido estudo,o perfil médio de escolaridade dos portugueses
adultos é "bastante baixo" a nível da Europa, e mesmo assim os que
procuram melhorar qualificações são uma minoria.
O
estudo vem confirmar que os portugueses, por razões culturais e profissionais
não são apologistas da Aprendizagem ao Longo da Vida.
Arranja-se
um emprego e cristaliza-se nas rotinas e hábitos que foram sendo
transmitidos pelos «mestres»!
Quando
surge uma oportunidade de aprendizagem e, raramente acontece, e quando as há
são de curta duração, é desde logo uma maçada para «encontrar» alguém que
queira valorizar-se. Dão-se milhares de justificações desde a quebra das
rotinas diárias, tratar da família, aulas dos filhos, apoios a pais, etc. E
perde-se a oportunidade! Se pensarmos em termos de valorização pessoal e
profissional a médio e longo prazo então o problema é bem mais complicado. Para
além das dificuldades já apontadas acrescem outras que levam à desistência de prosseguir
os estudos ou da valorização profissional. Desde logo, as formações são a um
preço que salários de miséria não conseguem suportar. Se nem para o sustento da
família chegam, quanto mais para custear propinas caras? Depois de vencida a
capacidade financeira outras surgem. A Lei do trabalhador estudante é um embuste.
Apenas e tão só possibilita que um trabalhador, em formação, tenha a
possibilidade de se ausentar no dia anterior e no próprio dia do exame. E como
estuda? Como se prepara para o exame? Abdicando da vida familiar e com sacrifícios
pessoais. Mas, se a tudo isto juntarmos a TOTAL indiferença dos serviços, sejam
eles os locais como os dos vários ministérios que se estão nas tintas para a
valorização académica e profissional dos funcionários, então estão encontradas
as razões para as conclusões do estudo.
Já
agora fica um ALERTA!
Não
sei se quem patrocinou tal estudo definiu à partida que se escamoteassem as
causas do problema. Quem manda é quem paga, aqui como em tudo.
A
mediocridade de dirigentes locais, regionais e nacionais regozija-se com o
facto de não se apontarem causas. Preferem os trabalhadores amorfos, acríticos
e submissos que basta-lhes bater com a cabeça nas paredes e que lambam a merda
que os chefes fazem!