quarta-feira, abril 13, 2016

Um estudo


 
 
Um recente estudo, patrocinado pela Fundação Belmiro de Azevedo, afirma que os portugueses têm nível baixo de escolaridade e pouca vontade de o melhorar!
Ainda segundo o referido estudo,o perfil médio de escolaridade dos portugueses adultos é "bastante baixo" a nível da Europa, e mesmo assim os que procuram melhorar qualificações são uma minoria.
O estudo vem confirmar que os portugueses, por razões culturais e profissionais não são apologistas da Aprendizagem ao Longo da Vida.
Arranja-se um emprego e cristaliza-se nas rotinas e hábitos que foram sendo transmitidos pelos «mestres»!
Quando surge uma oportunidade de aprendizagem e, raramente acontece, e quando as há são de curta duração, é desde logo uma maçada para «encontrar» alguém que queira valorizar-se. Dão-se milhares de justificações desde a quebra das rotinas diárias, tratar da família, aulas dos filhos, apoios a pais, etc. E perde-se a oportunidade! Se pensarmos em termos de valorização pessoal e profissional a médio e longo prazo então o problema é bem mais complicado. Para além das dificuldades já apontadas acrescem outras que levam à desistência de prosseguir os estudos ou da valorização profissional. Desde logo, as formações são a um preço que salários de miséria não conseguem suportar. Se nem para o sustento da família chegam, quanto mais para custear propinas caras? Depois de vencida a capacidade financeira outras surgem. A Lei do trabalhador estudante é um embuste. Apenas e tão só possibilita que um trabalhador, em formação, tenha a possibilidade de se ausentar no dia anterior e no próprio dia do exame. E como estuda? Como se prepara para o exame? Abdicando da vida familiar e com sacrifícios pessoais. Mas, se a tudo isto juntarmos a TOTAL indiferença dos serviços, sejam eles os locais como os dos vários ministérios que se estão nas tintas para a valorização académica e profissional dos funcionários, então estão encontradas as razões para as conclusões do estudo.
Já agora fica um ALERTA!
Não sei se quem patrocinou tal estudo definiu à partida que se escamoteassem as causas do problema. Quem manda é quem paga, aqui como em tudo.
A mediocridade de dirigentes locais, regionais e nacionais regozija-se com o facto de não se apontarem causas. Preferem os trabalhadores amorfos, acríticos e submissos que basta-lhes bater com a cabeça nas paredes e que lambam a merda que os chefes fazem!