quinta-feira, agosto 06, 2015

(Re)Lendo


Tantas vezes me tenho lembrado da paciência deste carvalho!
Por que não faço eu como ele, e não espero calmamente pelo que há-de vir, bom ou mau, triste ou alegre, mas inevitável?
O milagre de uma serenidade assim, nem passiva nem agónica, apenas atenta e disponível, seria na minha vida o começo da redenção.
Talvez até o tal livro ideal, tão repetida e baldadamente escrito e sempre melancolicamente destruído, me surgisse claro e perfeito na imaginação.

Miguel Torga - Diário V I I

Gerês, 4 de Agosto de 1955