quinta-feira, agosto 10, 2023

O fosso entre aforradores e gananciosos

A agiotagem portuguesa continua a não querer aumentar os juros dos depósitos. Querem açambarcar todo e qualquer cêntimo por forma a terem lucros fabulosos.
Lembrar que a remuneração dos depósitos dos particulares subiu apenas 151 pontos base, apesar de o BCE ter aumentado 425 pontos base as taxas diretoras.
Eis um dos pontos fortes da ganância da agiotagem.
Os bancos da Zona Euro têm sido mais céleres que os bancos portugueses a passar a subida das taxas de referência do Banco Central Europeu para os seus depositantes. O efeito dessa dinâmica é notado pelo alargamento entre as taxas de juro dos depósitos dos bancos europeus face aos nacionais que, em um ano, foi multiplicado por cinco vezes.
CINCO VEZES MAIS!!!
Uma agiotagem velha, caduca e gananciosa quanto baste. Não evoluiu nada. Conservadora como sempre e de mão estendida quando entra no jogo do casino e apanha uma constipação!
Com este assalto aos bolsos dos depositantes a agiotagem, pelo menos os cinco maiores bancos fecharam as suas contas com lucros recorde de 2 mil milhões de euros, o dobro do verificado no primeiro semestre do ano passado.
Mas atenção a agiotagem diferencia as famílias portuguesas, os remediados, das empresas. Se as famílias viram refletido na remuneração dos seus depósitos apenas 35,5% da subida dos 425 pontos base das taxas de referência do BCE no último ano, as empresas contaram com uma transferência para o seu “bolso” de 61% desta subida.
Mais uma gatunagem.
A agiotagem em Portugal além de pagarem menos que a média dos bancos europeus nos depósitos das famílias e das empresas, estão também entre os que fazem uma maior distinção entre as poupanças dos particulares e das empresas.
É fartar vilanagem.
Cães e lobos comem todos, já dizia a minha avó!