A
Sic passou ontem, dia 22 de Outubro de 2016, uma «grande reportagem» sobre o
tema «que escola temos? e que escola queremos?».
De
«grande» é epíteto que apenas deve ser sacado à estação de Carnide!
Desde
o documentário em vídeo, de péssima estruturação e organização até ao debate,
apenas visível para pagantes, tudo foi de péssima qualidade.
Filmar
aulas cuja diferença com as do século XVIII é apenas a caracterização dos
alunos e professores é revelador de que NADA mudou na escola em Portugal.
Tudo
na mesma.
Até,
imagine-se, a distribuição das mesas, naquilo que chamam eufemisticamente de «sala
de aula», são do tempo dos Sumérios… IMAGINE-SE!
Mas
se quanto a espaços estamos mal conversados, quanto à «pregação» dos
professores nem vale a pena comentar…
Tudo
bem documentado…
Mas
que «escola temos?»
VERGONHOSO!
Ainda
não perceberam que a escola de hoje tem que se adaptar ao aluno e não o aluno à
escola!
Não
sabem que a motivação dos alunos começa na forma como se constrói a
aprendizagem formal, associando-a às aprendizagens informais e não formais.
Deixo apenas uma pergunta, para esta «doutorada» que fala tanto em motivação.
Por um acaso, mas só por um acaso, já explicaram aos vossos alunos como se estuda a disciplina que «ministram»?
Não é apenas pela memorização. Isso desmotiva!
E que tal compreensão, pesquisa, aplicação e descoberta?
dá trabalho!
Pois mas não basta ser «doutor» e olhar para o dia 23 de cada mês...
Outras perguntas havia a formular... a seu tempo!
Motivação implica igualmente conhecer em profundidade cada aluno e não a retórica apresentada
na reunião do Conselho de Turma…
Tudo
o que não é uma escola…
Uma
escola no século XXI é muito mais do que o elencar as falsas expectativas dos
alunos…
Isso
era no século passado!
Depois
chegou o debate…
MISERABILISTA!
O
primeiro a intervir foi o aluno da turma.
Uma
oratória feita de frases feitas, de ideias pré concebidas baseadas no senso
comum, logo completamente ausentes de análise científica.
O
pior foi um secretário de estado, um tal de João Costa, vir logo a seguir,
talvez imbuído do espirito «franciscano» da geringonça concordar em absoluto
com as ideias vazias do aluno.
Agora
se entende melhor quão acéfalos são estes e os outros governantes…
Na
vida devem ter sido feirantes a vender cassetes piratas!
Ouvir
o secretário foi perda de tempo.
Depois
seguiu-se o director do Agrupamento de Escolas de Carcavelos e, simultaneamente
Presidente da associação dos Directores de Agrupamento de Escolas de Portugal…
onde, segundo o mesmo, no Agrupamento não se fala em reprovações mas em atingir
objectivos…
Espero
um dia ter os resultados da admissão (?) dos alunos ao ensino superior… ou será
que já não haverá classificações mas apenas avaliações?
Isto
de ser presidente de uma Associação de «Directores» é algo que me dá urticária…
Então,
estes lugares não são temporários?
Uma
Associação de tais figurantes é o mesmo que pensar numa Organização que
congregasse as mulheres dos soldados desconhecidos dos vários países que
participaram na 2.ª Guerra Mundial!
UMA
MONSTRUOSIDADE!
Como
pode alguém aprovar estatutos de tal agremiação?
ACÉFALOS!
É
O PAÍS DE BANANAS GOVERNADOS POR SACANAS!
Só
se aceita tal associação se tais figurantes gordurosos pensarem perpetuar-se no
lugar e morrerem na cadeira… ou atirados para fora dela.
Depois
seguiu-se a intervenção de uma professora assistente do Instituto de Educação
da Universidade de Lisboa.
Percebeu-se
a sua timidez em falar em determinados assuntos…
Estava
por ali o «boss» e, principalmente, deveria ter falado da INCOMPETÊNCIA das
instituições na formação inicial de educadores e professores!
Mas
não falou!
Calou,
e pior consentiu que se dissessem asneiras em cima de asneiras.
O
que disse e nada foi o mesmo!
Por
fim, tivemos a intervenção do professor José Adelino da Costa, director do
Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro que salvou o
debate.
Disse
pouco por que não lhe permitiram…
Era
mais importante falar de paroladas do que discutir seriamente a escola que
temos e, principalmente, a escola que não temos.
O
professor Adelino da Costa revelou, na curta intervenção que teve, conhecer os
problemas da actual escola e com seriedade querer discuti-los.
Basta
que o queiram ouvir a ele e a outros como ele.
Gostei francamente do que disse e, principalmente, quando SUBLINHOU que o professor não é o único detentor do conhecimento, os alunos dominam muitos assuntos que os professores desconhecem.
Isso até foi manifesto na reportagem quando um aluno foi chamado por uma professora a resolver um problema com o computador.
Só que ninguém quis dar atenção ao facto... sabe-se bem a razão!
Sejam humildes e reconheçam que há assuntos que não dominam.
Felizmente
ainda há quem pense seriamente a escola e não se limite a gerir ilusões.