O advogado
Daniel Proença de Carvalho ganhou como presidente do conselho de administração
(chairman) da Cimpor 283 mil euros em 2014, mais do dobro do que recebeu o
presidente-executivo.
Proença
de Carvalho ganhou, enquanto presidente do conselho de administração (chairman)
da Cimpor, €283 mil brutos em 2014, mais do dobro do que ganhou naquele ano o
presidente da comissão executiva, o brasileiro Ricardo Lima.
Proença,
o homem escolhido pela Camargo Corrêa quando em meados de 2012 a empresa
brasileira concluiu com êxito a oferta pública de aquisição (OPA) sobre a
Cimpor, foi a pessoa mais bem paga pela cimenteira em 2014. O presidente do
conselho de administração tem como missão refletir sobre a estratégia das
empresas e reunir consensos entre os vários acionistas. A Cimpor, apesar de
continuar cotada na Bolsa, tem 94,8% do seu capital nas mãos de um único
acionista. Dados revelados no relatório e contas da Cimpor mostram que a seguir
a Proença de Carvalho os mais bem remunerados são Ricardo Lima, o
presidente-executivo, e José Neves Adelino, tendo o primeiro recebido €113,2
mil e o segundo €112 mil. Neves Adelino, administrador da Gulbenkian desde
fevereiro de 2014, renunciou ao cargo na Cimpor em novembro de 2014 e,
passou-se para a Gulbenkian.
Dos
onze elementos que compunham o conselho de administração da Cimpor em 2014,
sete eram brasileiros e quatro portugueses. Além de Proença de Carvalho e de
Neves Adelino, faziam parte da administração Pedro Rebelo de Sousa e António
Pinto Barbosa. Em 2014, a administração da Cimpor reuniu oito vezes e a
comissão executiva 12. Globalmente, foi pago ao conselho de administração
€1,183 milhões em 2014, menos de metade dos €3,7 milhões gastos no ano
anterior.
Proença
de Carvalho é advogado da Uría & Menéndez, escritório que assessorou a
Camargo Corrêa na OPA da Cimpor e chegou a acumular o cargo de presidente da
administração da Cimpor com o de presidente do conselho de administração da
Zon. No final do ano passado era presidente de 26 mesas de assembleias-gerais
de sociedades de empresas dos mais diversos sectores. Lidera ainda o conselho
de administração da Controlinveste Conteúdos, empresa que detém o "Diário
de Notícias", o "Jornal de Notícias" e a TSF.
Imaginem-se as «influências não declaradas» que por aí vão...
Um verdadeiro «sistema de vasos comunicantes».... e, bem comunicantes!
ARROTA PELINTRA!