Invariavelmente
aos domingos o padre Marcelo na sua homilia faz a apologia dos seus, quer sejam
amigos, confrades ou compadres.
A
última falou, falou e nada disse de substancial, como sempre.
Faz-me
lembrar a tia Juvelina que todos os domingos vem radiante com a homilia do
padre da paróquia, o velho padre Saraiva.
Segundo
conta a tia Juvelina, o padre Saraiva, com os seus quase 70 anos, fala melhor e
mais claro que muitos desses padres novos.
Fala
muito bem o padre Saraiva, diz a tia Juvelina, enquanto lava as mãos para se
sentar à mesa para o almoço dominical familiar.
O
problema é quando alguém pergunta à tia Juvelina, entre duas garfadas de feijão
à moda da Beira, do que falou o padre Saraiva, que encantou tanto a tia
Juvelina, esta responde invariavelmente:
-
Olha meu filho, o que ele disse, não sei, mas que falou bem, isso falou. Um
encanto!
Ora
cá está o padre Marcelo a desempenhar o mesmo papel.
Fala,
fala, e no fim ... nada disse!
Desta
vez falou que se fartou do amigo Espírito Santo.... Ámen!
Falou do caso BCP, falou do BPI e fartou-se de falar
da Caixa Geral de Depósitos.
Mas,
espanta-me a rodos, como conseguiu não falar do caso BPN e dos seus amigos e,
como não falou do caso BPP, do Rendeiro.
ESPANTO!!
Se
há similitude entre o caso GES (o padre insiste que não é o mesmo que falar de
BES!!) e o caso BPN como consegue o padre INVENTAR E ESCONDER TANTO!!
É
OBRA!!!
Já
percebo a razão de ter feito uma prova de orientação profissional semelhante à
do Crato, no final do 5.º ano.
ENTENDI!!
Tia
Juvelina não fique com a ideia que só a senhora não percebe o padre Saraiva.
É
coisa de padres, percebe não é verdade!
A
senhora até é devota da senhora do coito, e faz muito bem!