Numa Terça-feira
Gorda com serviços públicos abertos para as poucas
moscas que ousam nascer nesta época do ano ainda marcada pelo frio, o Carnaval
decidiu pregar uma valente partida aos seus detractores, adeptos da via do
descalabro austeritário. Quase quatro anos depois da Islândia ter entrado em
bancarrota, o país recuperou o estatuto de grau de
investimento para a Fitch.
A agência, a única que atribuiu nota de default à Islândia, melhorou hoje a classificação da dívida
islandesa de BB+ para BBB-, deixando de avaliar o país num nível considerado
lixo e admitindo mesmo a hipótese de rever em alta a sua notação num futuro
próximo.
"A restauração do ‘rating' da Islândia para
grau de investimento reflecte os progressos que foram feitos na restauração da
estabilidade macroeconómica através do avanço de reformas estruturais e na
reconstrução da qualidade de crédito desde a crise bancária e cambial de 2008",
referiu o director da Fitch, Paul Rawkins. O responsável da Fitch referiu ainda
que "está em curso uma recuperação económica promissora, a reestruturação do
sector financeiro está bem adiantada, enquanto a dívida pública sobre o PIB está
próxima de atingir o pico graças a um programa de consolidação orçamental
robusto".
A Islândia era já um exemplo de que existe
outro caminho que não o da cedência incondicional às imposições de credores
externos com outros interesses que não propriamente a recuperação económica dos
países intervencionados, entre elas a implementação de uma reconfiguração social
e a salvaguarda dos interesses do seu sector financeiro. Torna-se agora também
um caso de sucesso comprovado de relançamento de uma economia que, mercê da
ganância de banqueiros delinquentes, colapsou em 2008, que contrasta com os
autênticos descalabros provocados pelos planos de austeridade implementados em
países como Grécia, Portugal, Irlanda, Hungria ou Roménia. Os islandeses arriscaram pela
solução que lhes pareceu ser a mais justa e a melhor para eles. Estão agora a
colher os frutos. Portugal vê-se a afundar mais e mais a cada dia que passa. Nós
contentamo-nos com os elogios
daqueles que colhem os frutos dos nossos sacrifícios. E nada mais natural do
que elogiarem-nos a obediência. Estamos a trabalhar para eles.
Em capítulos anteriores:
1. Talvez não tenha havido país onde a
crise financeira se tenha feito sentir de forma tão dramática como na Islândia.
Com certeza todos se lembrarão da bancarrota que sucedeu à catadupa de bancos
que faliram. Pois bem. Depois disso, não houve lá cantigas que falam de
responsabilidade, sentido de Estado ou medo dos mercados que surtisse o efeito
desejado por quem costuma usar esse expediente para se fazer eleger. Os
islandeses souberam fazer uma autêntica revolução, absolutamente democrática, e
tiveram a coragem de querer mudar de vida. Neste processo, os islandeses
correram com a direita que então detinha o poder, esvaziaram a esquerda
prostituída ao liberalismo que se propunha adoptar as mesmas soluções que os
primeiros e fizeram das eleições a oportunidade para mudar de vida, pondo aos
comandos do destino do país uma coligação de esquerda formada por
social-democratas, feministas, ex-comunistas e Verdes. Em referendo, com
aproximadamente 93 por cento dos votos, recusaram que fosse a sua sociedade a
pagar o buraco financeiro gigantesco aberto pela ganância de banqueiros
delinquentes. Prenderam quantos destes ladrões puderam. Asseguraram o controlo
da sociedade sobre o sistema financeiro nacionalizando os três maiores bancos.
Mandaram os credores externos esperar. E elegeram uma assembleia constituinte em
27 de Novembro de 2010 incumbida da redacção de uma nova Constituição capaz de
limitar os excessos de um capitalismo que lhes provocou um sabor tão amargo e de
catapultar de novo a Islândia para uma trajectória de progresso e de justiça
social. (ler mais e ver filme)
2. O tal país que mandou o FMI às malvas,
prendeu os banqueiros delinquentes, promoveu a reforma antecipada da parcela da
sua classe política que se dispunha a vender o seu povo à agenda neoliberal e
colocou os credores à espera. A Islândia, lembram-se? De acordo com estimativas
do próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), a Islândia vai fechar 2011 com
um crescimento do PIB de 2,5%, prevendo-se novo crescimento de 2,5% para 2012 –
números que representam quase o triplo do crescimento económico de todos os
Estados-membros da União Europeia – que em 2011 ficarão pelos 1,6% e que
descerão para os 1,1% em 2012.
A taxa de desemprego no país vai ainda descer para os 6%,
contra os actuais 9,9% da zona euro, que vai coleccionando novas vítimas da
agenda de retrocesso civilizacional à medida que o tempo passa e uma solução é
retardada o mais possível para que o neoliberalismo tenha tempo para impor as
suas leis. (ler mais aqui).
AFINAL HÁ OUTRA SOLUÇÃO PARA A ROUBALHEIRA QUE SE INSTALOU POR CÁ!!!
SÓ QUE OS CORRUPTOS, LADRÕES, GATUNOS E GORDUROSOS VÃO PARAR À CADEIA......SEM APELO NEM AGRAVO....
PERCEBERAM????
Pois nunca perceberão porque os interesses de uns, os gatunos, são muitos.....
GOSTEI DE LER PORQUE É REAL, VERDADEIRA E DIGNA.
PORQUE É E SEMPRE FOI POSSÍVEL....
Alguém por acaso, mas só por um acaso ouviu, leu isto nalgum PASQUIM????
NADA!!!!
CALARAM, METERAM A VIOLA NO SACO E FORAM DAR BANHO AO CÁGADO....OU TERIA SIDO AO COELHO????