quinta-feira, janeiro 24, 2008

É a saúde, estúpido!!!


Operadora do CODU: – Peço desculpa. Eu estou a falar com uma corporação de bombeiros, não estou?
Bombeiro de Favaios: – Está sim. Mas estou a atender o telemóvel.
Operadora do CODU: – Então eu estou a dar-lhe uma saída, e pergunta-me a mim o que vai fazer? Nunca tal me aconteceu.
Bombeiro de Favaios: – Desculpe lá, desculpe lá.
Operadora do CODU: – Claro que tem de ir para o local com a ambulância e com o colega.

Bombeiro de Favaios: – Eu estou sozinho.
Operadora do CODU: – Está sozinho?
Bombeiro de Favaios: – Estou.
Operadora do CODU: – Então como vai sair uma ambulância sozinha?!.
Bombeiro de Favaios: – Não tenho mais ninguém agora aqui.
Operadora do CODU: – Como não tem?
Bombeiro de Favaios: – Então como vou fazer!?!
Operadora do CODU: – Espere aí! (dirigindo-se para a médica da VMER) Ó doutora, Favaios está sozinho, não tem mais ninguém... (volta a falar com o bombeiro) Não arranja outro tripulante?
Bombeiro de Favaios: – Quem é que vou arranjar agora?!
Operadora do CODU: – Qual é a corporação mais próxima além de vocês?
Bombeiro de Favaios: – Só Alijó.(…)
Operadora do CODU: – Então vou mandar Alijó. Vou pedir ajuda, para você ajudá-lo a chegar ao local. (desabafo para alguém que está ao lado) Tu estás a ver? Ele está sozinho. “O que é que eu faço?”, pergunta-me ele.(A operadora do CODU telefona para os Bombeiros de Alijó)
Bombeiro de Alijó: – Estou sim...
Operadora do CODU: – Uma saidinha para Castedo.
Bombeiro de Alijó: – Castedo é Favaios!
Operadora do CODU: – Pois é. Mas Favaios está só com um senhor e a ambulância. E a vítima pode estar em paragem respiratória. Vai a viatura médica de Vila Real. Não posso enviar uma ambulância só com uma pessoa para fazer uma emergência médica.
Bombeiro de Alijó: – Aqui também não tenho ninguém.
Operadora do CODU: – Não tem aí ninguém.
Bombeiro de Alijó: – Não. Só se chamar...
Operadora do CODU: – Então...
Bombeiro de Alijó: – Aqui só fico eu de noite.

Ontem a imprensa contou-nos a história de um cidadão que sangrou até morrer por falta de assistência médica (ver aqui).
Hoje conta-nos a história da assistência médica que nunca chegaria a tempo de evitar que um cidadão morresse.

O diálogo que acima se reproduz é um retrato de um sistema de saúde, que um governo incompetente, nos quer impor.

Pode ler o diálogo completo aqui.

QUEM PODE FICAR INSENSÍVEL?????