domingo, novembro 04, 2007

Soma e segue


Tem sido apanágio do governo do PS e de José Sócrates realizar através de visitas, discursos e outras acções, autênticas manifestações de diversão e entretenimento dos portugueses e, sobretudo, das populações do interior do país que, a cada dia que passa, mais definham resultado de uma política que ultrapassou já até os limites do tolerável.
O esvaziamento de serviços públicos no interior sob a capa de uma pseudo-reforma dos mesmos, a falta de apoio à actividade produtiva, o aumento dos bens essenciais, a ausência de medidas de fomento do emprego, a falta de institucionalização efectiva de apoios à fixação de empresas que passam pela alteração da taxa aplicável do IVA de 21 % para valores inferiores que evitem a fuga de pessoas, empresas e aquisição de bens em Espanha, são disso exemplo.
Confronta-se o distrito da Guarda com uma “reforma” do quadro orgânico da GNR já entregue no Ministério da Administração Interna pelo Comandante Geral da GNR, Tenente-General Mourato Nunes, que prevê o encerramento de oito postos da GNR no distrito da Guarda e o fecho dos comandos dos Destacamentos Territoriais até agora sedeados em Vilar Formoso e Gouveia e a abertura de um destes comandos em Seia.
O Bloco de Esquerda (BE) não pode de forma alguma deixar de criticar esta medida que, a concretizar-se, será extremamente lesiva da segurança das populações do interior, onde o envelhecimento e o isolamento são cada vez mais uma realidade visível, mas não para este Governo PS que apenas encara os portugueses como meras peças de uma puzzle económico.
Veja-se: a proposta do Comandante-Geral da GNR apresentada ao Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, que se prepara para aplicar essa transformação do dispositivo da GNR, prevê o encerramento dos postos de Vila Franca das Naves, Freixo de Numão, Pínzio, Freixedas, Paranhos da Beira, Vila Nova de Tázem, Miuzela e Soito e o fecho dos comandos dos Destacamentos Territoriais de Gouveia e Vilar Formoso, para ser criado um outro em Seia.
Escandaloso: como pode ser interpretado fim do comando do Destacamento Territorial de Vilar Formoso, a principal fronteira terrestre e ferroviária do país, com os inerentes problemas ligados ao tráfico de droga, imigração ilegal, prostituição, problemas sociais característicos de uma zona de fronteira?
Como pode isto acontecer num país que clama por mais segurança, a tal que diariamente se está a degradar tendo em conta os dados das mais diversas instituições?
O encerramento dos postos da GNR assume-se como um verdadeiro “insulto” às aspirações das populações por uma maior segurança de pessoas e bens dentro do tão propalado “Policiamento de Proximidade”….cada vez mais distante.
Sacrifica-se a segurança a favor de um economicismo atroz, que não olha a meios para obter fins, num interior cada vez mais vulnerável face ao despovoamento, de péssimas comunicações rodoviárias, onde cresce a criminalidade associada ao desemprego e à ausência de politicas sociais e económicas.
Mais estranho e escandaloso é ainda o facto de o Estado e Autarquias Locais e Municipais terem investido recentemente na recuperação e ou construção de Postos da GNR que agora se anuncia irem ser encerrados e que foram inaugurados com pompa e circunstância…
Diz o hino do PS “ Nem Capital, nem ditadura…”!
Mas afinal, o Governo socialista (?) de José Sócrates é o mais ditatorial desde que a Ditadura foi derrubada em 25 de Abril de 1974 e a defesa do capital em detrimento das pessoas é um apanágio descarado.
A indiferença com que o Primeiro Ministro trata os portugueses, quando estes manifestam a sua discordância na rua, nos lares, nas suas organizações é de tal forma que mais faz lembrar a tal indiferença com que em tempos passados eram tratados, com um simples encolher de ombros, os que emigraram e partiram, uns para os países de Emigração e outros para uma Guerra Colonial inglória.
O encerramento previsto de oito postos da GNR no distrito da Guarda, concretamente, e dos restantes 81 que vão fechar as portas no país, são exemplo de uma politica sem escrúpulos que vem mais uma vez provar que maiorias absolutas como esta que o PS detém não passam de uma ditadura que instalou o medo, a revolta calada nos corações que têm de novo vontade de cantar em nome da Liberdade.