O governo de Sócrates está numa de fazer renascer a figura sinistra do bufo.
O bufo era uma figura medonha do Estado Novo. A troco de uns favores e míseros tostões, dependia da informação, ouvia conversas, intrometia-se em reuniões ou em plenários.
Havia bufos por todo o lado. Conheciamo-los pela sua idomentária, quase sempre de gabardine branca, óculos escuros e ar de atrasados mentais.
Inconfundíveis!!!
Denunciavam quem ousava criticar o «estado» ....... de sítio.
Ei-los de volta!!!
Quem fumar em sítios proibidos......bufa-se!!!!
Os funcionários públicos podem chibar os seus colegas por corrupção.
Um verdadeiro estado kafkaniano.
Quanto à bufaria importa perguntar:
1.º - um governo que não deixa passar propostas claras e concretas de luta contra a corrupção, enriquecimento ilícito e afins, sai-se agora com um livrinho-guia de regras contra a dita corrupção. Hipocrisia? Engôdo?
2.º - será objectivo do governo a criação de uma legião «portuguesa» de bufos?
3.º - qual o papel das autoridades?
Sugira-se ao governo, como distintivo a colocar na lapela, uma rosa preta.
Será, duplamente útil para os interessados: delator e cobrador dos préstimos ao serviço da «causa»; para o comum dos cidadãos, que sentem revolta por tudo isto, lembra rameira.
