Foi claro e directo, e sem deixar espaço a qualquer interpretação, nem a qualquer equívoco.
Tratou, sem margem para qualquer dúvida ou interpretação diferente, de desvalorizar o grau de aberração e a gravidade dos crimes continuados da Igreja Católica, na linha, aliás, de intervenções anteriores - públicas, ou privadas, como os conhecidos telefonemas a avisar figuras da hierarquia da Igreja que estariam a ser investigadas.
Disse-o claramente!
Virem agora chamar aos portugueses de uma cambada de ignorantes, incapazes de interpretar corretamente, as sábias palavras de sua eminência, o excelentíssimo senhor presidente da república é absolutamente execrável.
Devem crer que se organize uma passeata pelas ruas de Lisboa e irem todos a Belém, em cortejo, seguido de um piquenique nos jardins do palácio e pedir desculpa a Marcelo por não termos tido a capacidade de interpretar as suas palavras!
É isso Costa - o HIPÓCRITA!
Dizer-se que Marcelo não tinha nada que pedir desculpa, que os portugueses é que lhe deviam pedir desculpa é de uma hipocrisia tamanha! Revela a sua abominável imbecilidade!
Há por aí uns ignorantes que nos querem atirar areia para os olhos ao virem dizer que o primeiro-ministro quis "dar graxa" ao presidente.
NÃO!
Costa já não é aluno de Marcelo. Disputa-lhe o título de catedrático do jogo político. Na realidade quis manietá-lo. E, não querendo deixar-se manietar, Marcelo reagiu rapidamente a pedir desculpa.
Não é um sincero pedido de desculpas. É apenas a inevitável jogada de contra-ataque de quem se não deixou encostar às cordas pelo adversário.
Afinal, para ambos, é apenas o jogo que conta.
E isso é também indesculpável!
Ambos leram a obra de Dostoievsky - O jogador, apesar de não o reconhecerem!