quarta-feira, agosto 17, 2022

O vazio

 Só nos faltava a destruição da única riqueza que tínhamos: a beleza natural da paisagem.

Roubaram-nos e roubam-nos tudo.
As condições mínimas de sobrevivência; um modo de vida paupérrimo; uma saúde sem investimento quer humano quer de meios; a degradação de edifícios; uma cultura inexistente; a ascensão dos corruptos, toscos e broncos;
As gentes abalam e os que heroicamente resistem vêm os filhos partir, como partiram no século passado.
O que fica?
NADA!
Apenas uns palermas imbecis bem falantes que enganam tudo e todos com frases de salão e iludem os incautos com obras da trampa.
Festas e romarias mais que muitas para engodo de um povo que confunde a obra de Saramago com o Borda de Água.
E eles acreditam. Triste e analfabeto povo que tudo vos ilude.
A incompetência dos mandantes quer nacionais quer regionais está bem patente na destruição do ambiente.
No crime cometido, dado que é um crime por mais que falem de fogo posto.
Não há só os pirómanos.
Há outra corja tão ou mais perigosa que os pirómanos: os incompetentes que nada fazem pela segurança dos poucos cidadãos que ainda vão resistindo à fuga e à falta de protecção dos bens.
Não se iludam o pior ainda está para vir. Quando os mandantes locais detiverem o poder total da governança da coisa pública então é que a boa pança servirá ainda mais os bem falantes que, hoje ainda só se ficam por lambuzar os chispes ao poder central, tão ou mais imbecil que o poder local.
O nosso destino está traçado a miséria para muitos e a corrupção a enriquecer os mesmos de sempre: os corruptos.