domingo, setembro 23, 2007

A gosto ......

A Fundação PT e o Ministério da Educação(ME) celebraram, no primeiro trimestre deste ano, um acordo, para a instalação, em cada capital de distrito, de um Centro de Recursos para crianças com necessidades educativas Especiais.
O acordo previa que a Fundação PT cederia equipamento informático, hardware e software, adequado às crianças em questão e, o ME cederia o espaço e a equipa técnico-pedagógica para desenvolver o trabalho no Centro de Recursos.

Escolhidas, por parte do ME, as escolas onde se localizaria o centro de recursos, a Fundação PT inicia o processo de entrega do equipamento.
O hardware «oferecido» é obsoleto, sendo que, os computadores são os que a empresa deixou de utilizar, nos seus serviços e «dispensou-os» para o projecto.
Percebeu-se, manifestamente, o que a PT, através da sua Fundação, ganhou a bem ganhar.
Fica o software de qualidade.
Mas, quem pode trabalhar com os programas se, o equipamento não responde minimamente?
Acresce, ainda, que ao existir, apenas um programa instalado no equipamento informático, como podem as crianças usá-lo em suas casas? Ou será que a Fundação pensa que chega uma utilização mensal, semanal ou quinzenal?
Não, não chega.
Será que a divulgação do software, nos centros de recursos, interessa para posterior aquisição do mesmo, por parte dos pais?
Publicidade?
Quem «lucra»?
O filme tem, de facto, um guião muito mal escrito.
Grave, muito grave utilizar-se esta estratégia comercial, em meios educativos e, pior muito pior, com crianças que deviam merecer mais e melhor atenção!!!!
Mas, por falar em atenção, é coisa que a Câmara da Guarda não tem.
Porquê?
Escolhida a escola Augusto Gil, para sede do Centro de Recursos, por ser uma escola com boas condições de acesso e mobilidade, com rampas e elevador, procedeu a Fundação PT à entrega do equipamento. Só que, desde Abril o mesmo está encaixotado.
A sala destinada ao Centro de Recursos está ocupada.
A Câmara «cedeu-a», em tempos, à Associação dos Professores Reformados.
Para além da legitimidade da autarquia de puder ceder o espaço, questiona-se a falta de coragem para o devolver, às reais e efectivas finalidades do que é, e deve ser uma Escola.
Mas, nem existe coragem por parte da Câmara, nem a Associação percebe a premência do Centro para dezenas e dezenas de crianças.
Já foram, ao que dizem, disponibilizados outros espaços para o funcionamento da dita Associação.
E, nada!!!!
Será que os elementos da referida Associação têm tanta influência que custa assumir, frontalmente, uma decisão?
Têm medo de quê?
Será que à autarquia importa mais uma bajulação a um dever e respeito por crianças, ainda por cima, de necessidades educativas especiais?
VERGONHA!!!
Recorde-se que o centro de recursos tem, na sua génese, um âmbito distrital.
Honrem os vossos deveres, em nome dos que não têm voz.
Pedir muito?????
Dizem que a Câmara, como não conseguiu impor à associação um espaço, pretende agora «impô-lo» ao Centro de Recursos, numa escola sem nenhumas condições de acessos, para crianças com necessidades educativas especiais.
O elo mais fraco a pagar a incompetência e os erros dos néscios.
Que diz a tudo isto a senhora ministra?
Um dia destes, vai mesmo ter de ser chamada à «pedra».