quarta-feira, maio 01, 2024
Culpados? Todos!
Menos apoios
Poço sem fundo?
Desde a compra do Hospital da Cruz Vermelha, aos apoios cada vez menores ao Centro do Alcoitão, ao Hospital Ortopédico Sant’Ana, na Parede, à tentativa, felizmente gorada, de investir 200 milhões de euros para entrar na então Caixa Económica Montepio Geral há dois anos tendo a Santa Casa investido "apenas" 75 mil euros. Tudo foi péssima gestão.
Os sucessivos governos sabiam do estado lastimoso em que a detentora do jogo em Portugal se encontrava.
Não há desculpas! Há, isso, sim, cumplicidades.
Todos são responsáveis pela situação desastrosa em que a instituição se encontra. TODOS os da casta política!
Mas há mais....
Depois da queda do BES e do GES e ter deixado em maus lençóis a Fundação Ricardo Espírito Santo, a Santa Casa fez uma parceria com a entidade para o restauro do seu próprio património e terá passado a ser a principal financiadora. Em 2018, foi a vez de estender a mão a Raríssimas, a associação para ajudar crianças com doenças raras que caiu em desgraça depois das irregularidades e desvios atribuídos à sua fundadora.
Os apoios sociais a que a Santa Casa está obrigada têm diminuído.
No entanto, apoiam-se federações desportivas de duvidosa aplicação. Abundam as ofertas a atletas com equipamentos desportivos e outros sem qualquer ordem de razão.
O caos é total. E os beneficiários dos saques mais que muitos!
Revoltante
Que políticos...
O que somos
É a dança das moscas
Medina vai ser "explicador de finanças" do novo canal!
Ponto de vista
A semana ficou marcada com a grandiosa manifestação da comemoração dos 50 anos do 25 de Abril realizada em Lisboa, com milhares de portugueses na rua.
Agora, eis-nos na semana de celebrar o Dia do Trabalhador.
Repito o Dia do Trabalhador!
O 1.º de Maio celebra não só as conquistas no campo dos direitos dos trabalhadores, mas pretende também sensibilizar para a falta de condições de trabalho que ainda se verificam por todo o mundo. É, por isso, um dia de reflexão para todos os que defendem uma sociedade mais justa e solidária.
É conhecida a razão de se comemorar no 1.º de Maio o dia do Trabalhador. A luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho e melhoria das remunerações, foi sendo feita com sangue, suor e lágrimas e deram origem à celebração desta data.
Este dia tem origem na histórica greve geral de Chicago, ocorrida a 1 de Maio de 1886, na qual foram reivindicadas melhores condições de trabalho e salariais.
Em Portugal, os trabalhadores assinalaram o 1.º de Maio logo em 1890, o primeiro ano da sua realização internacional. Até que, em 1919, após algumas das mais gloriosas lutas do sindicalismo e dos trabalhadores portugueses, foi conquistada e consagrada na lei a jornada de oito horas para os trabalhadores do comércio e da indústria.
Mesmo durante as ditaduras salazarista e marcelista, os portugueses souberam tornear os obstáculos do regime à expressão das liberdades. As greves e as manifestações realizadas em 1962 são provavelmente as mais relevantes e carregadas de simbolismo. Nesse período, apesar das proibições e da repressão, houve manifestações dos pescadores, dos corticeiros, dos telefonistas, dos bancários, dos trabalhadores da Carris e da CUF e as revoltas dos assalariados agrícolas dos campos do Alentejo. Mais de 200 mil operários agrícolas, que até então trabalhavam de sol a sol, participaram nas greves realizadas e impuseram aos agrários e ao governo de Salazar a jornada de oito horas de trabalho diário. Claro que o 1.º de Maio mais extraordinário realizado até hoje, em Portugal, com direito a destaque certo na história, foi o que se realizou oito dias depois do 25 de Abril de 1974.
A História da luta de classes entre a burguesia e a classe operária não deve ser esquecida.
Mas importa olhar para o futuro.
E que futuro está reservado aos trabalhadores? O trabalho e a consciência são indissociáveis. Importa definir um sistema educativo que forme cidadãos críticos e dotados da capacidade de actuar na vida laboral.
Sem que muitos cidadãos se deem conta, estamos a iniciar uma nova revolução industrial. A 4.ª revolução industrial. Com consequências devastadoras no mundo do trabalho. Estima-se uma perda considerável de muitos empregos. Cerca de 87% dos empregos estão ameaçados em todo o mundo. Uma brutalidade sem precedentes nas revoluções anteriores.
Qual o papel das novas tecnologias na melhoria das condições de vida dos trabalhadores? Qual o papel da Inteligência artificial? Conhece-se o papel das novas tecnologias na cada vez maior preponderância do teletrabalho com benefícios para os empregadores. Desde logo a dispersão dos trabalhadores sem a capacidade de se reunirem e em conjunto lutarem pelos seus direitos. Perde o sindicalismo, mas perdem principalmente os trabalhadores. Com o teletrabalho não há horários a cumprir. Os trabalhadores estão sempre ao serviço. E sem falar do cada vez maior controlo e exploração exercidos sobre os trabalhadores. Hoje quase não há pausas para nada, nem para ir à casa de banho. Aos trabalhadores é proibido conversar com os colegas. As tecnologias vieram para aumentar a produtividade, a competitividade das empresas, mas também para reduzir custos.
De acordo com Virginia Dignum, membro do Conselho Consultivo da ONU para a Inteligência Artificial é urgente encontrar formas da regular. Segundo a especialista, a Inteligência Artificial assemelha-se a um carro sem travões e sem cintos de segurança conduzido por alguém sem carta de condução. Se nada fizermos os benefícios vão ser para as grandes empresas tecnológicas e os multimilionários deste mundo.
Não haverá lugar para o trabalhador assalariado e aumentará o número de trabalhadores autónomos. Sem direitos e com múltiplos deveres desde logo o de receberem à peça. O trabalho temporário será o que vai predominar com lucros não declarados dos empregadores. Aumentam os estagiários. Mão de obra escrava que desempenha funções sem qualquer retribuição financeira, mas avaliado pelo desempenho. E por fim ao cada vez mais usual trabalho informal sem quaisquer regalias e obrigações contratuais. Leis do trabalho que não respeitam o direito a ter tempo para a cultura e o lazer e muito menos para a família.
Nós somos o que fazemos, mas como lembrou Eduardo Galeano o que fazemos para mudar o que somos?
Neste 1.º de maio de 2024 cabe-nos alertar as gerações futuras para o que a 4.ª Revolução Industrial vai trazer, mas cabe-lhes saberem honrar as conquistas e os direitos alcançados pelos seus antecessores.
Tenham uma excelente semana.