quinta-feira, janeiro 02, 2025

A queda de Granada!

A expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica deu-se a 2 de janeiro de 1492, com a queda de Granada, após um cerco de oito meses realizado pelos reis "católicos" Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão.
Ao fim de oito séculos de domínio muçulmano nos territórios que são hoje Portugal e Espanha, os muçulmanos foram expulsos.
Lembrar que o "título" de "Reis Católicos" foi atribuído pelo Papa Alexandre VI que, curiosamente, pertencia à família Borgia, o que diz tudo sobre relacionamentos de castas.
Com a queda de Granada findava a dita "Reconquista"!
"Reconquista" é um termo ideológico dotado de uma carga semântica pouco neutral que procura esconder tudo o que a presença dos muçulmanos trouxe de positivo à paupérrima vida dos povos da península. Povos dominados por soberanos assassinos, para quem a guerra era o passatempo favorito, desprezando a forma de vida dos seus súbditos, o conhecimento e a ciência em prol do desenvolvimento.
Aos muçulmanos devemos conhecimentos vários ao nível da medicina, astronomia, matemática, agricultura e, principalmente, o hábito de tomar banho!
A notícia da tomada de Granada foi celebrada com festejos em toda a Europa: em Roma celebrou-se uma procissão de ação de graças; em Nápoles representaram-se dramas alegóricos de Jacopo Sannazaro, nos quais, Maomé fugia do leão castelhano; na Catedral de São Paulo, de Londres, Henrique VII leu uma elogiosa proclamação!
Com a queda de Granada inicia-se a expansão ultramarina e o saque ao "Novo Mundo", ou seja, o surgimento do Império da cruz e da espada, mas igualmente a expulsão dos judeus e a pior de todas, o início da Inquisição!!
Celebrar o quê?
A incapacidade dos reis da altura em promover o bem-estar dos povos, o subjugarem-se ao clero e a retirar daí dividendos com a exploração dos povos além-mar, imporem a guerra como forma de vida e mergulhando os povos, dominados e conquistados na mais terrifica e assustadora era das trevas. De todas elas, ainda hoje presente em muitas e variadas manifestações.
Por fim, lembrar que em todo o tempo da presença dos muçulmanos na península, houve sempre o respeito pela religião dos povos que por cá existiam. Por isso a existência dos moçárabes que viviam pacificamente na Hispânia respeitando a autoridade do Islão, mas professando o cristianismo. Quando os muçulmanos foram expulsos para a igreja romana, estes cristãos, herdeiros do ritual visigótico, também ele cristão, deixaram de ser tolerados. O que diz tudo da tolerância e respeito dos muçulmanos pelos outros povos.