O sector conserveiro foi um ícone.
Ícone em todos os aspectos mas, principalmente, no económico e social.
Mas também na Figueira da Foz, Matosinhos e tantos outros locais piscatórios.
A matéria prima existia em abundância na costa portuguesa, a custos baixos.....exploração dos pescadores e a pesca desenfreada sem haver o cuidado de pensar que o recurso era, e é limitado!!!
Hoje, a sardinha escasseia.
A escolha do peixe na lota era determinante porque todo o fabrico é artesanal.
A manufactura era e foi, durante muitos anos, a única forma de produção conhecida.
A dureza do trabalho exigia nuitos e muitos sacrifícios dos trabalhadoes.
A preparação do peixe era feita à mão pelas trabalhadoras, o trabalho era ritmado e a tecnologia só entra para encher as latas com azeite refinado ou outros molhos.
Havia turnos de dia e de noite.
Os trabalhadores ganhavam pouco mais de sete tostões à hora para alimentar a família.
Com o abate das célebres traineiras vem o fim das conservas.
As indústrias conserveiras encerram e aumenta a emigração.
Substituição das indústrias por outras nunca foi feita.
As poucas fábricas de conserva que sobreviveram conseguiram, apesar de tudo.
Em três anos, as exportações cresceram 37%.
Em Portugal, devido à crise, aumentou o consumo das conservas, como a sardinha em lata, verdadeiro símbolo nacional apreciado em todo o mundo como iguaria.
Contudo, a matéria-prima rainha da indústria não está a chegar às lotas em quantidade e nas fábricas aguarda-se a chegada de peixe.
A história não acaba aqui.......agora falta saber onde encontrar a matéria prima.
Ou será que a lei da oferta e procura e, o custo exorbitante da matéria prima permitirão que a história continue, agora com a valorização do trabalho de TODOS!!!