Sócrates faz parte das minhas primeiras memórias de futebol com a camisola da canarinha bailando com a bola nos pés (Mundial 1982).
Só mais tarde vim a conhecer o papel do homem no futebol brasileiro e no confronto com a ditadura militar.
Só mais tarde vim a conhecer o papel do homem no futebol brasileiro e no confronto com a ditadura militar.
O Dr. Magrão levou a democracia ao Corinthians bem antes dela acontecer no país. As decisões do clube eram tomadas por maioria e os votos dos atletas que não jogavam contavam tanto como os dos directores do futebol.
Declarou-se frontalmente contra as concentrações antes do jogos. Dizia que “se cada jogador cuidar da própria resistência, será mais responsável“.
Declarou-se frontalmente contra as concentrações antes do jogos. Dizia que “se cada jogador cuidar da própria resistência, será mais responsável“.
Diz-se que só aceitou deixar o Brasil, para jogar dois anos na Fiorentina, quando a emenda à constituição que estabelecia o direito de eleições directas foi rejeitada pelo Congresso Nacional.
Deixou o futebol para ser médico em Ribeirão Preto, com reaparecimentos, a espaços, como jogador ou treinador.
Sempre se declarou socialista.
Chamou ao seu filho Fidel, e numa entrevista recente, elogiava o modelo de democracia cubana, “Um povo como aquele, numa ilhota, que há mais de 60 anos briga contra um império, só pode ser muito forte, e ditadura alguma faz um povo tão forte. Ditadura não é tempo de serviço, necessariamente é qualidade de serviço. Em Cuba, o povo participa de tudo, em cada quarteirão. E aqui? Pra quem você reclama? Você vota e não tem pra quem reclamar”.
Chamou ao seu filho Fidel, e numa entrevista recente, elogiava o modelo de democracia cubana, “Um povo como aquele, numa ilhota, que há mais de 60 anos briga contra um império, só pode ser muito forte, e ditadura alguma faz um povo tão forte. Ditadura não é tempo de serviço, necessariamente é qualidade de serviço. Em Cuba, o povo participa de tudo, em cada quarteirão. E aqui? Pra quem você reclama? Você vota e não tem pra quem reclamar”.
Ainda este ano chegou a ser convidado para trabalhar com a selecção cubana. A única exigência era receber o salário de qualquer outro trabalhador, “tenho que me sentir como um cubano, receber a mesma cesta básica, as mesmas coisas que eles têm lá, que não é pouca coisa, não”.
Morreu hoje, dia 4 de Dezembro de 2011, aos 57 anos.
Morreu hoje, dia 4 de Dezembro de 2011, aos 57 anos.
Gostei disto, concorde-se ou não com algumas das afirmações.
Génio é sempre um génio.
Com todos os defeitos que temos, porque TODOS somos humanos.
Com todos os defeitos que temos, porque TODOS somos humanos.
Erramos muitas vezes, só que há génios que nos fazem acreditar.
Este é um deles, apesar de tudo.
(*) Aqui!!!