domingo, abril 13, 2008

A estória de um Coelho


Há na literatura vários coelhos que se celebrizaram ou pela argúcia com que se escapuliam dos caçadores, ou os que se transformaram em ídolos da Páscoa.
Neste caso o coelho é personagem da vida real.
Logo merece o epíteto de Mr. Lapin.
Lapin nasceu numa pequena aldeia beirã, de nome completo, Contenças-Vila Nova de Tázem. Uma aldeia com dois nomes próprios, na verdade, coisa importante, bem de ver!!!
Ou seja, o lugarejo «servia» de estação a duas localidades que, por falta de melhor lembrança, deu o nome à povoação.
Servia de estação, mas de estação de caminho de ferro, quando os apeadeiros ainda serviam para alguma coisa, para além das «sardinheiras» e das abóboras a secar nos telhados.
É uma pequena aldeola nas fraldas da Serra da Estrela. Faz parte da célebre linha da Beira Alta, que, em tempos idos, um comboio roufenho, vagaroso, movido a lenha percorria alegremente numa linha única!!!
Ontem como hoje o compasso da vida, e da linha, ainda é marcado pela via única da partida e onde a chegada só acontece na viagem sem retorno.
Foi assim e é ainda assim!!!
Foi a ver passar os comboios que cresceu nas Contenças, o iluminado Jota Coelho, o mr. Lapin, para os amigos!!!
A empresa familiar que mr. Lapin ia dirigindo, foi o princípio de TUDO!!!
Mr. Lapin, para além de conduzir os camiões da empresa, iniciava-se na arte da compra e venda de tijolos e sacos de cimento.
Quem diria que aqueles tempos idos, do século passado, iriam marcar de forma indelével a vida «futura» do mr. Lapin.
A construção civil será definitivamente o grande objectivo do ainda «petiz» lapin!!!
Trolha nunca, comerciante pois então!!!
O «dedo» para o negócio não lhe faltava, parece que o mr. lapin terá os cinco dedos em cada mão!!!
Comprava tijolos e vendia-os nas empreitadas que pelas redondezas iam existindo.
Negociatas, pois então!!!
Era um verdadeiro intermediário das «coisas» das obras.
Até que um dia, a Mota-Engil descobriu que, este potentado das empreitadas poderia «ajudar» a empresa.
Se melhor o pensou, melhor o executou.
Vai daí, no célebre comício dos 700, no Porto, o Mr. Lapin bota palavra.
E que palrador!!!
Anuncia aos correligionários a «sua» saída da «amada vida política», que afinal agora até já nem havia necessidade de intimidar os opositores com a célebre frase «quem se mete com o Ps leva».
Agora, Mr. Lapin dizia que há mais vida para além da política.
Então não há Mr. Lapin!!!
E de que maneira.
Então não foi Mr. Lapin que disse «que é contra a política como profissão»?
Será que o contrário já não é verdade Mr. Lapin? Ou seja fazer profissão a partir da política? Estes trocadilhos Mr. Lapin estragam tudo.
A sua política só mesmo como meio para atingir um fim, emagrecer, pois então.
Coisas de ginásio, trampolins e cavalos de arções.
Já agora Mr. Lapin foi ou não o senhor que atribuiu mais de mil milhões de euros em concessões à «sua» Mota-Engil?
A notícia do Expresso nunca foi desmentida!!!
Quem cala.............
Por isso, é que a Mota-Engil o prefere como administrador em vez de consultor, «eles» lá sabem por quê, não é verdade?
Sim, porque para consultores já lá estão o Lobo Xavier (CDS/PP) e o Valente de Oliveira (PSD).
Com um pouco de sorte até se fazia mais uma quadratura do «circo».
Coisas de marketing, agora que Mr. Lapin, ascendeu ao lugar de professor.
Professor de Marketing, precisamente!!!
Coisas do destino!!!
Marketing que tem tudo a ver com a «vida para além da política»!!!Todos percebemos.
Estão a «chegar» obras importantes que importa conhecer os «amigos» que deram «da sua graça» no governo, e noutros locais muito próprios do marketing!!!
Estão a chegar o TGV, o aeroporto de Lisboa, as pontes, os viadutos e os aquedutos porque de água e muita água se trata.
Diz o «patrão» de Mr. Lapin que o novo administrador sabe definir bem os objectivos.
Claro que sabe senhor Mota. Mas, alguém duvida?
O argumento de Mr. Lapin ao dizer «que não era rico e que precisava de trabalhar» é uma definição clara de publicidade enganosa.
Marketing, claro!!!
Mr. Lapin quantos portugueses estão na sua situação de terem de trabalhar porque não são ricos?
Só que os portugueses não usufruem de 323 mil euros como Mr. Lapin declarou ter ganho em 2005!!!
Quantos portugueses se mudaram de um apartamento, de político médio, em Oeiras, para uma casa de 550 mil euros na Quinta da Beloma, em Sintra?
Mr. Lapin disse recentemente ter aprendido muito no governo, onde conheceu muitas pessoas e isso tem o ajudado na sua vida profissional.
Pois, o tal know-how necessário e suficiente para singrar nos negócios, não é Mr. Lapin?
E que dizer do facto, estranho, da PJ «procurar» em sua casa um tabuleiro de xadrez avaliado em mais de mil euros, e cujo nome de Lapin, em português, sem acordo, ainda significa Coelho, constava na lista de «presentes» de Natal de um construtor civil de Cascais. Um tal de Américo Santos que estava a ser investigado, mas cujo processo já foi..........arquivado!!!
A génese das Contenças sempre presente.
De facto, há «gente» que tem os empregos pelas nomeações, as regalias pelas formas e o ordenado pelas influências.
Tudo dito!!!