Crise no mercado de trabalho e sistema de pensões em colapso obrigam governo anti-imigração da Meloni a procurar imigrantes!
O envelhecimento da população italiana, a queda a pique da taxa de natalidade e a crescente emigração de jovens italianos, três fenómenos que se têm reforçado ao longo dos últimos anos, estão a criar uma grave crise demográfica em Itália e consequentemente a necessidade imperiosa do país atrair imigrantes, para sustentar o mercado de trabalho e o sistema de pensões, em risco de colapso, dá conta um estudo do Observatório de Contas Pública de Itália. Tudo, mas tudo semelhante ao que acontece em Portugal.
A investigação efetuada pelo Observatório de Contas Públicas de Itália estimou que, para combater o atual processo de despovoamento e manter os níveis atuais de população, o país precisaria de receber pelo menos 10 milhões de imigrantes nos próximos 25 anos, até 2050.
Conforme a investigação efetuada pelo Observatório Italiano, o terceiro maior país da UE, com cerca de 59 milhões de habitantes, corre o risco de, no ano de 2100 de não ter trabalhadores suficientes para sustentar o sistema de pensões, a saúde, a educação e os serviços públicos, advertindo a instituição que, sem um plano migratório estruturado, o país não suportará a transição demográfica já em curso.
Por outro lado, a natalidade em Itália está em mínimos históricos.
No poder desde outubro de 2022, o Governo de Meloni enfrenta assim um desafio que constitui também um paradoxo, já que precisa de atrair imigrantes para Itália, quando a sua política migratória tem sido marcada, tal como prometido, pelo endurecimento das regras, tanto a nível de combate às chegadas ilegais, como de regularização, expulsões e repatriamentos de migrantes, aliada a um discurso anti-imigração, sobretudo por parte da Liga, de Matteo Salvini, e dos Irmãos de Itália, da primeira-ministra.
Não há nada pior que provar do próprio veneno.






