sexta-feira, dezembro 12, 2025

Os povos africanos salvaram a Europa muitas vezes.

Dois exemplos.
Desde o Antigo Egito (uma civilização africana) que influenciou gregos e romanos, até as ricas culturas pré-coloniais (Mali, Kush, Axum) que contribuíram para o conhecimento mundial, embora a Europa muitas vezes se tenha apropriado ou ignorado essas origens.
Depois a invasão de povos do Norte de África, principalmente árabes e berberes (mouros), conquistaram e dominaram grande parte da Península Ibérica a partir de 711 d.C., estabelecendo o período de al-Andalus, que durou quase oito séculos, influenciando profundamente a cultura, arquitetura e ciência da região.
Não esquecendo que introduziram hábitos de saúde e higiene pública, limpeza dos caminhos e o hábito de tomar banho. Coisa que infelizmente regrediu. Hoje fala-se novamente no célebre banho semanal. Porcos!
Lembrar que a Universidade mais antiga do mundo está localizada em Fez, Marrocos e é a Universidade de Al-Qarawiyyin, fundada por Fátima Al Fihri.
Estudai e ensinai a verdade dos factos para se acabar de vez com a tal superioridade que certa canalha proclama.



Exemplo

Copia-se tanta coisa aberrante, nojenta, escabrosa de alguns países, por que não copiar esta?
Uma forma exemplar de acabar com muitos dos assassinos em passadeiras e a obrigar os condutores a respeitarem os peões.
Aplaudo a ideia!
Este projeto demonstrou como o ‘design’ urbano pode modificar o comportamento rodoviário sem recorrer a sinais adicionais ou auditoria direta; o projeto foi amplamente divulgado como exemplo de segurança baseada em fatores humanos e comunicação visual aplicada ao espaço público.



Edital Assembleia Municipal

Já foi publicado o edital para a primeira Assembleia Municipal a realizar após as eleições autárquicas de 12 de outubro de 2025.
Curiosamente, ou talvez não, a data da assembleia municipal é dia 22 de dezembro, com início (???) às 9h e 30minutos.
Tendo em conta os atrasos habituais, só deve começar lá pelas 10 horas.
Com um pouco de sorte era dia 24, de preferência à noite com a célebre "Consoada", bacalhau com todos, rabanadas, filhoses à moda da Guarda, o bolo-rei, cacau quente há meia-noite, o célebre baile mandado e a imprescindível troca de presentes!
E, como sempre, o contribuinte que pague.






SIC nojo

A SIC continua a senda de promover a extrema-direita e a direita. É notório nas intervenções de muitos dos comentadores aos debates, e as suas classificações. O vómito de certa canalha é bílis podre. Nojenta.
Para continuar a tal promoção, ontem substituíram dois "residentes" do "Eixo do Mal" por duas figuras horripilantes da democracia da classe dos privilegiados. Um porco que até inventou a revolta dos periquitos para ter projeção na capoeira, e uma freira de um bordel de má reputação, onde nem água, nem sabão há para limpar os serviços.
Já houve programas em que o lugar dos residentes não foi substituído. Ontem, e percebe-se a razão, houve substitutos.
Continuai. O homem do balde enche as pias continuamente.
SIC acabou cá em casa.



A escravidão nunca acabou nem acaba.

Um nojo!
A escravatura existiu e existe. 
O Brasil, por exemplo, foi construído com base na escravatura de 5 milhões de cidadãos. 
Agora a rota de escravos continua, clandestinamente, a ser a Europa e as arábias



Debate António Filipe e Catarina Martins.

Com o aproximar da Greve Geral não tive tempo de escrever o que penso sobre o debate.
Um debate sem grandes discordâncias apenas no tema da forma e não no conteúdo da Guerra da Ucrânia.
No resto um debate sério de ideias sem atropelos e muito menos gritarias.
Era suposto alguém ganhar o debate?



Para pensar...

 


E as vitalícias continuam a somar no bolso de pilantras...

O "cherne", por exemplo, a juntar a todas as reformas, e são muitas, que recebe ainda tem esta no valor de 1 800 euros do "estado" português.
Está na lista da Caixa Geral de Aposentações.
E eu a pensar que estava na lista dos aldrabões e cúmplices da Guerra do Iraque, com as célebres fotos que diz ter visto, mas que nunca mostrou. Nos milhares de mortos da guerra que lhe deviam pesar na consciência.
Detesto e abomino hipócritas.



E houve GREVE GERAL.

Mesmo que um leitão, coitado, nunca chegará a porco, e a bazófia de um Monte Negro, o certo é que houve mesmo greve. Até aqui pela Guarda, cidade de domínio eclesiástico, de todo o tipo, se notou a greve geral.
Parecia um domingo, sem a missinha habitual.



quinta-feira, dezembro 11, 2025

Crónica

 A saúde, a doença, a ganhuça e a perigo

Mais uma vez, o SNS é notícia pelas piores razões. É notório o desnorte que se vai vivendo à volta de gestores hospitalares, administradores, médicos, enfermeiros e restantes profissionais da área. O caso da grávida que faleceu no hospital Amadora-Sintra e da sua bebé, bem como o anúncio da greve dos tarefeiros às Urgências hospitalares, trouxeram mais sal para as feridas já abertas. No primeiro caso, a ministra Ana Paula Martins agravou até todo o cenário proferindo na Assembleia da República informações erróneas e comprometedoras das suas funções. Dizer que a vítima era natural da Guiné-Bissau, que estava em Portugal apenas em turismo de saúde, e que só começou a ser seguida a partir das 38 semanas de gravidez, não ajudou. Era tudo falso e foi negado por informações posteriores, só servindo para mostrar que o desnorte vai de cima a baixo.

O SNS tem sido, desde a sua criação, um dos pilares centrais da sociedade portuguesa, assegurando equidade, universalidade e solidariedade no acesso à saúde, à luz de um princípio constitucional. Contudo, o modelo em vigor mostra claros sinais de exaustão, com mais e mais custos e decréscimo relativo de desempenho, e com um aumento exponencial dos utentes a necessitar do SNS. Uma sociedade mais envelhecida e pobre. O SNS está em colapso. Nos cuidados de saúde primários, mais de 1,6 milhões de utentes continuam sem médico de família, e atrasam-se as cirurgias. Na saúde materno-infantil, os encerramentos frequentes de serviços de urgência obstétrica são o

retrato trágico de um sistema que colapsa em áreas absolutamente vitais. Não há capacidade formativa no SNS, nomeadamente nas especialidades. Mas a formação inicial também deixa muito a desejar. Ovalor de investimento público nas escolas de Medicina é cerca de 50% do que era há dez anos. Assistentes pro bono, salários de professores miseráveis, monitores pro bono, laboratórios desadequados, etc.

Mas, apesar de tudo, os médicos recém-formados são muito requeridos por parte dos governos estrangeiros. Falta mais de um milhão de profissionais da área da saúde na Europa. Há feiras, duas vezes por ano, no Porto e em Lisboa, onde pontuam os países escandinavos, a Alemanha, França, Inglaterra e Irlanda, para recrutarem os nossos médicos recém-formados. Portanto, a

competitividade não é só cá, com os privados, mas também com esses governos estrangeiros. Ao mesmo tempo, há cada vez mais médicos que trocam a entrada numa especialidade pela simples

prestação de serviços, nivelando genericamente por baixo a capacidade técnica da classe a nível nacional.

No tempo de Correia de Campos havia um regime de 42 horas de dedicação exclusiva e um regime de 35 horas. Correia de Campos alterou o pagamento do trabalho extraordinário. Até aí, os

médicos que estavam no regime das 35 horas tinham o mesmo valor-hora que os das 42 horas de dedicação exclusiva. Com Correia de Campos os das 35 horas começaram a ganhar menos pelas horas extraordinárias e começaram, ao chegarem ao limite das 150 horas, a não quererem mais horas extraordinárias. Foi o tiro de partida para as empresas dos médicos tarefeiros, unipessoais ou não, com um regime fiscal genericamente mais favorável! Só no ano passado, o SNS pagou 212 milhões de euros a estas empresas. Até setembro deste ano, já pagou 175 milhões. Cerca de 66% desta verba foi com médicos contratados para os serviços de urgência. Mais grave ainda, 35% dos médicos contratados como prestadores de serviços não tinham

especialidade, mas foi este grupo que representou a maior fatia da despesa total com os tarefeiros - 75 milhões. Isto é, os menos preparados tecnicamente são cada vez mais a base da despesa deste sistema! E estamos a falar de médicos que trabalham quando e onde querem…

Para agravar tudo isto, a demografia não perdoa. O futuro é cruel e promete muito mais despesa com os idosos. Ora, é sabido que quando a percentagem destes aumenta numa população, o

esforço de cada jovem para sustentar financeiramente essa despesa também aumenta. E já não abordo os problemas das outras classes da Saúde, enfermeiros, por exemplo, nem dos custos galopantes com novos fármacos, ou dos mil e um outros problemas que não temos tempo de abordar. Ser-se ministro da Saúde é hoje particularmente difícil e até perigoso. Mas ser-se doente é ainda mais...

(Crónica Jornal "O Interior" - 10 novembro 2025)




E foi tosquiado!

Transborda bazófia, arrogância e expressa asco pelo escrutínio. Desafiou os jornalistas e saiu... tosquiado.
O logro do salário mínimo de 1 600€, de um Governo que ontem recusou aumentar o valor para 1 050€ em 2026.
Pantomineiro.
"O primeiro-ministro disse que quer que o salário mínimo chegue aos 1 500 ou 1 600 euros. Pois foi, mas só não disse quando nem como"!



A curva braquistócrona

A bola na curva braquistócrona (do grego brachistos, "o mais curto", e chronos, "tempo") desce mais rápido no início, ganhando maior velocidade devido à gravidade. Embora percorra uma distância mais longa, a alta velocidade obtida compensa esse trajeto adicional, fazendo com que chegue antes da linha reta.
Conclusão:
Esta experiência mostra que a trajetória mais curta nem sempre é a mais rápida. A natureza da curva braquistócrona foi estudada por cientistas como Johann Bernoulli no século XVII e é um exemplo clássico de otimização da física e da matemática.
O conhecimento científico faz-nos ser tão diferentes e assertivos.



Ponto de vista

    Como é do conhecimento geral as regiões do interior do país sofrem com o despovoamento gradual, resultado de vários fatores que se acumulam, desde o envelhecimento e a baixa natalidade e com as populações mais jovens a migrarem para o litoral, ou para o estrangeiro, à procura de melhores oportunidades.

Só no distrito da Guarda os dados são particularmente alarmantes entre 2011 e 2021, o distrito perdeu 17 920 habitantes.

    Muitas freguesias apresentam densidades muito baixas.

Em algumas zonas do interior, há municípios com menos de 10 habitantes por quilómetro quadrado.

    Isto significa que muitos concelhos do interior enfrentam não só queda de população, mas também perda de base económica e social: menos pessoas em idade ativa, menos filhos, e mais idosos — o que põe em risco a sustentabilidade e a continuidade dessas comunidades.

    De acordo com projeções divulgadas em 2025 pelo Instituto Nacional de Estatística, se as tendências atuais se mantiverem, a população residente em Portugal poderá cair de 10,7 milhões para cerca de 8,3 milhões até 2100 com uma forte ajuda da nova lei da imigração importa salientar.

    Ou seja: se nada mudar — migração, investimentos, políticas de fixação — há risco concreto de que muitas zonas do interior continuem a perder habitantes, agravando o desequilíbrio demográfico e territorial.

    Cumulativamente a economia no interior é menos diversificada. Há menos indústria, menos serviços e menos empresas capazes de atrair trabalhadores qualificados.

    As soluções para este estado de continuada degradação existem, mas tardam a serem aplicadas. Mesmo que haja incentivos fiscais e apoio às empresas para que se estabeleçam no interior, o resultado é praticamente nulo.

    Deveria existir melhor acesso digital em toda a região, o que promoveria o teletrabalho como forma a fixar jovens nas áreas menos densamente povoadas. E deveria haver um maior investimento em setores emergentes: energias renováveis, agricultura moderna, biotecnologia e turismo sustentável.

    Este cenário dramático, já conhecido, vem a propósito de uma notícia divulgada a semana finda onde era dado a conhecer que a empresa que faz a distribuição de jornais diários e revistas em Portugal, nomeadamente no interior do país, considera a hipótese em janeiro do próximo ano deixar de fazer a distribuição, precisamente nos oito distritos das áreas menos povoadas, distritos de Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança.

    A empresa alega que as rotas são deficitárias em termos de receitas resultantes da continuada quebra das vendas de imprensa e do aumento significativo dos custos operacionais.

Não basta à empresa distribuidora vir dizer que se diz comprometida com o acesso universal à informação, entendendo-o como um pilar essencial da coesão territorial, da igualdade de oportunidades e do exercício pleno da cidadania democrática.

    A restrição desse acesso penaliza de forma injusta as populações de territórios de baixa densidade e aprofunda as assimetrias regionais.

O problema não se resolve como muitos anunciam com as assinaturas digitais. É que o poder de compra de muitos dos habitantes dessas áreas é baixo e muitos nem sabem usar os meios tecnológicos.

    Importa que se preserve o acesso à informação em todo o território nacional, evitando a criação dos chamados "desertos de notícias". O que significa áreas geográficas, tipicamente regiões do interior do país, onde não existem ou estão em vias de desaparecer fontes de jornalismo local e independente que produzam notícias de interesse público para a comunidade.

    A principal consequência destes desertos é a falta de acesso dos cidadãos a informação essencial sobre a sua localidade, região ou do seu país. Deixar às televisões o único meio de informar, educar, entreter os cidadãos, a sua grande maioria nessas regiões com pouco ou nenhum poder argumentativo e de análise crítica, é deveras perigoso e contribui para a manipulação da informação, toda ela.

Como é importante reconhecer que a principal consequência destes desertos é a falta de acesso dos cidadãos a informação essencial e imparcial sobre a sua localidade, como as decisões da câmara municipal, atividades das autoridades locais, eventos da comunidade e monitorização do poder político.

    E assim vai um país onde a informação, toda ela, continua a ser um privilégio das elites dominantes e abusivamente controlada pelos poderes instalados.

Tenham uma excelente semana.