Com as primeiras chuvas, com os tortulhos, chegam também as parangonas jornalísticas dos rankings das escolas.
Todos anos, repete-se o depauperado show.
Anuncia-se o desejável e expectável, as escolas colocadas em primeiro lugar são as privadas, invariavelmente, com as públicas colocadas em lugares menos interessantes.
Sucedem-se as entrevistas aos galardoados, onde patenteiam o seu know how de sabedores da coisa de ensinar. Como se só eles soubessem do ministério.
Sucedem-se as análises casuísticas dos fazedores de opinião e dos ditos doutos inteligentes em coisas da educação.
Só que, esquecem-se de dizer TODA a verdade .
Que as escolas privadas escolhem e determinam os alunos que QUEREM.
Que cada aluno, numa escola privada, paga de propina, várias vezes o salário mínimo nacional.
Que ninguém aprende de barriga vazia.
Que estes rankings, da forma pouco independente como é feito o estudo, beneficiam as escolas privadas e são uma publicidade gratuita.
Que o facilitismo dos exames e a prepotência do ME beneficiam as escolas privadas em detrimento das escolas públicas.
Que de uma vez por todas se determine que os alunos das privadas realizem TODOS os exames nas escolas públicas como era uso noutros tempos.
Será que os defensores dos rankings e dos exames aceitariam tal pretensão?
É que muita coisa se esclareceria, e de que maneira.
Salve-se a ESCOLA PÚBLICA do gueto que está conscientemente a ser empurrada como armazém de crianças e jovens menos favorecidos e mais problemáticos.
Uma ESCOLA PÚBLICA com direitos e deveres sociais, gerida democraticamente; onde TODOS possam trabalhar sem constrangimentos, nem perseguições de qualquer espécie.
Onde o direito a partilhar saberes seja uma prática, mas pedagógica, no processo ensino-aprendizagem.
