sábado, junho 09, 2007

Abjecto


O valor das pensões em Portugal deverá descer, em média, mais de 40% em relação às expectativas anteriores à entrada em vigor da reforma da Segurança Social, revela um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
A OCDE destaca Portugal e México como os países onde as expectativas de pensões mais se reduzirão, em virtude das alterações introduzidas, como o aumento da idade da reforma e as novas regras de cálculo. Na última semana entraram em vigor as novas regras para o cálculo das pensões, entre as quais uma fórmula que tem em conta toda a carreira contributiva (e não apenas os melhores anos) e o aumento da penalização para as reformas antecipadas.
Esta notícia apenas confirma o que todos já sabíamos, as reformas em Portugal serão tendencialmente uma mísera esmola como recompensa pelos anos de trabalho.
Dizem-nos que as novas regras para o cálculo das pensões e o aumento da idade da reforma servem para salvaguardar a sustentabilidade financeira do Fundo de Pensões.
Até podia ser!!!
Mas os exemplos de falta de coerência do argumento levam-nos a ser cépticos quanto às suas reais intenções.
Lembramos todos os casos de reformas douradas que por aí proliferam, dos que rapinam duas e mais reformas, dos «reformados» aos 30 e poucos anos de idade mercê do beneplácito de juntas médicas corruptas e de toda a casta de vigarices e compadrios.
Vem tudo isto a propósito de dois casos, recentemente dados a conhecer à opinião pública: o caso do número dois da lista de Negrão à Câmara de Lisboa, que apenas com UM ANO na presidência da PT ACS, é lhe atribuída uma pré-reforma de cerca de 15 mil euros mensais.
SEM MAIS!!!!!
O candidato a vereador nunca esteve durante grandes períodos na PT, uma vez que ocupou ao longo dos anos vários cargos políticos. Pertenceu à presidência da Companhia da Lezírias, para onde tinha sido nomeado por Durão Barroso, foi secretário de Estado da Segurança Social de Cavaco Silva, que apoiou na última candidatura à Presidência da República, e presidiu à CCR de Lisboa e Vale do Tejo. De tempos a tempos, o Cid (é o nome do putativo candidato) ia regressando à PT, onde ocupava o cargo de inspector-geral, um lugar de assessoria do conselho de administração, e considerado uma espécie de "prateleira dourada".
Ou seja, nunca fez NADA!!!!
O outro caso é o da professora de Aveiro, que se encontrava de baixa há cerca de dois anos, após lhe ter sido diagnosticada uma leucemia, foi obrigada pela Caixa Geral de Aposentações a regressar ao serviço para cumprir um período mínimo(???) de 31 dias de trabalho. Tinha 63 anos e o pedido para ser aposentada por incapacidade, mas, após uma junta médica, não só viu a pretensão recusada como teve a baixa médica suspensa e ordem para voltar ao serviço, sob pena de perder o vencimento.
E os casos, como este da docente de Aveiro, são mais que muitos.
Ficarmos «nas tintas» perante tais injustiças é pactuarmos com o «estado de sítio» que o País está atulhado.
É altura de dizer BASTA!!!
A canalha que nos estropia é o excremento da sociedade, são os coveiros dos mais elementares direitos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.