Lembrar a História que não é falada, nem pensada nas escolas.
Em 1431, durante a Guerra dos 100 Anos, Joana d’Arc foi queimada viva em Rouen. O tribunal criado pelos ingleses tinha-a acusado de heresia, de se deixar guiar por visões demoníacas, de recusar submissão à Igreja e de blasfémia... por vestir roupas de homem.
A 23 de maio de 1430, foi capturada em Compiègne pelos Borguinhões, um grupo de franceses que apoiavam os ingleses. Entregaram-na ao governo inglês, invasor de França.
Estes colocaram o seu julgamento nas mãos do bispo Pierre Cauchon. Este bispo declarou-a culpada e foi sentenciada à morte na fogueira. Joana foi executada em 30 de maio de 1431, aos 19 anos.
A sua morte, contudo, fez dela uma mártir e fez aumentar o fervor patriótico francês contra os ingleses.
E com a revolta popular que ia a crescer, e cheios de medo o poder religioso e político vai de reverter a morte na fogueira. Como se tal fosse possível.
Já no século XX, seria canonizada e elevada à condição de santa padroeira de França. Pudera, quem tem cu tem medo!
A Revolução Francesa estava para rebentar!
Hipocrisia e oportunismo, obviamente.
A imagem de Joana d’Arc foi assim sendo usada e abusada para fins oportunistas desde reis, senhores feudais e da própria Igreja que a condenou à fogueira.
Em 1456, um tribunal inquisitorial foi autorizado pelo Papa Calisto III para examinar o seu julgamento, revendo as suas acusações e proclamando a sua inocência, formalmente declarando Joana como uma mártir da igreja.
Mártir da Igreja? Eles disseram isso?
Ato (no AO antigo acto) de contrição? Nada disso.
No século XVI foi usada como símbolo pela Liga Católica contra os protestantes e, em 1803, Joana foi oficialmente declarada como um símbolo nacional da França por decisão do imperador e ditador Napoleão Bonaparte.
Tudo em prol de interesses bem confessáveis.